Blue Jean

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“Blue Jean” se destaca pela sensibilidade e o equilíbrio

A temática pode não ser a mais original, mas sempre irá existir valor nos filmes que fazem questão de documentar um processo de libertação, e esse é o grande trunfo de Blue Jean.

Jean é uma professora de educação física que parece ter tudo sob controle em sua vida, mas essa é apenas uma ilusão. Quando uma nova aluna começa na escola, algumas questões com as quais ela propositalmente escolhe lidar com o mínimo de compartilhamento possível, acabam aparecendo mais na superfície do que o normal. Logo, ela se vê frente precisando encontrar um equilíbrio entre seu velho e novo eu.

O longa é liderado por mulheres, aborda a luta por igualdade, destaca a importância da representatividade e da visibilidade das mulheres lésbicas, até aqui temos uma abordagem interessante, que desperta a curiosidade, mas que ainda não apresenta nada novo. Qual o destaque da história então? A sensibilidade e o equilíbrio.

Todas as personagens, sejam as principais ou as antagonistas, tem grande sensibilidade para tratar de tudo que é discutido em cada cena. Mesmo nos momentos mais tensos, ou de rompantes, vemos como no fundo há um cuidado com a outra, com a vida que essa pessoa leva, suas escolhas, quem é, e o que construiu. Talvez seja assim por se passar no Reino Unido? É possível, ainda mais quando o cenário é o final da década de 80, em 1988, quando o governo ultraconservador da ex-Primeira Ministra Margaret Thatcher estava em vigor. Mas nem toda a formalidade britânica conseguiria segurar o drama de uma mudança social tão necessária quando essa.

Onde fica o equilíbrio? Pois bem, ele está nas considerações emocionais e psicológicas que levam a ações de cada personagem, como elas percebem que compartilham algo em comum, mas que isso ao mesmo tempo não exclui sua individualidade, seu tempo próprio para entender como preferem lidar com as questões comunitárias, e no entendimento de que optar por uma ou outra ação não as torna menos de si mesmas, mas ainda mais.

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