Se um filme começa com uma longa sequência introdutória com narração em off, pode escrever, normalmente algo de errado está para ser apresentado (salvo aí “O Senhor dos Anéis”). Com “Conan – O Bárbaro”, refilmagem assumida por Marcus Nispel (responsável pela refilmagem de “O Massacre da Serra Elétrica”), não seria diferente e a introdução só serve como ponto de partida de um roteiro fraco e sem inspiração.
Morgan Freeman inicia narrando a história do cimério Conan, cujo a mãe morre durante o parto que acontece em meio a uma sangrenta batalha. Anos mais tarde, Conan perde sua aldeia toda, juntamente com seu pai, que já o ensinou nas artes da batalha. É então que sua jornada por vingança tem início. Conan marcha pelo continente fictício de Hyboria em uma batalha épica e sangrenta contra seus rivais, e nesse caminho se depara com aterradoras forças sobrenaturais.
Mas a narração é apenas um dos problemas do longa. Nispel assume o mesmo tom de ‘épico cheio de testosterona’ do original, dirigido por John Milius. Enche a tela com galões e mais galões de sangue computacional extremamente falso em detrimento da humanidade dos personagens, a qual era bastante visível através de Arnold Schwarzenegger, no original.
O novo Conan, interpretado aqui por Jason Momoa, é mais magro e fraco, como se tivesse se preparando para um concurso de modelos da idade média ao invés de estar sedento por sangue. O ator entrega suas falas, nada inspiradas, em um tom de voz que mais parece de um daqueles valentões da escola que fazem de tudo para não serem descobertos gay.
A química entre os atores inexiste. A trilha é incessantemente alta. Os cortes não te situam dentro das cenas de ação e dessa maneira não te deixam saber quem está fazendo o que na batalha. E os efeitos não convencem. Algum ponto positivo? Sim! O 3D é um dos melhores dos últimos tempos.
Resumindo: é como se fosse um filme B caríssimo sendo exibido em 3D. O filme faz muito barulho, para não chegar a lugar nenhum.