Coração e Alma

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"Coração e Alma" é uma viagem compassiva e dramática

A adaptação de Coração e Alma por Katell Quillévéré foca em assuntos do coração em todos os sentidos da palavra. O diretor/roteirista assume a complicada tarefa de se afastar de um protagonista não convencional – que era literalmente um coração humano – para criar um trabalho centrado nas vidas ligadas a ele.

No filme, três jovens saem para pegar umas ondas e ver o nascer do sol. No caminho de volta, eles sofrem um grave acidente de carro. Um deles, Simon, é internado em estado grave. Depois de um período, sua morte cerebral é declarada e sua família decide que irá doar seus órgãos. Inicia-se, então, a jornada contra o tempo para transplantar o coração de Simon para uma moça em um hospital de Paris.

Na maior parte, Coração e Alma é um belo olhar sobre as experiências contrastantes das pessoas envolvidas no transplante dos órgãos de Simon.

As histórias fluem naturalmente entre o passado de Simon, a equipe de médicos que tentou salvá-lo e seus pais, com destaque para Emmanuelle Seigner, que faz a mãe. Com as mudanças de perspectiva, o diretor coloca a câmera o mais próximo possível dos personagens para que possamos compartilhar a emoção intensificada.

De certa forma, o filme é quase uma ode à profissão médica e os milagres que parecem ser realizados tão rotineiramente por eles. E enquanto o terceiro ato tem uma nova equipe médica realizando o transplante de coração, as cenas da cirurgia são detalhadas e clínicas o suficiente para remover temporariamente todos os sentimentos, concentrando-se na habilidade insoldável destes cirurgiões.

Com tantos personagens em tela, Quillévéré ainda consegue investir na jornada de um solitário coração, sem comprometer o todo. A adaptação continua um conto complexo, tanto estética quanto emocionalmente.

Coração e Alma é uma história sobre vida, amor e morte e o espaço delicado que existe entre os três eventos.

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