Ridley Scott tinha em mãos uma ótima história, mas não soube o que fazer com ela. O filme Êxodo: Deuses e Reis deixa a desejar em grande parte das duas horas de duração, mas termina um pouco melhor.
A trama retrata a trajetória de Moisés (Christian Bale) homem nascido hebreu, mas criado como irmão de Ramsés (Joel Edgerton), filho e sucessor do Faraó. Ao descobrir sua real identidade, Moisés parte em busca da libertação dos hebreus da opressão do Egito guiado por Deus (Isaac Andrews). E apesar de a trama estar bem completa, foi exibida de forma superficial.
Por um lado temos toda a narrativa conhecida, com as pragas, a desigualdade que assola o Egito, o Faraó tirano, um escolhido que colocará fim ao sofrimento e seu encontro com Deus, e até o questionamento de como o povo liberto será encarado, pois são numerosos como qualquer tribo e podem ser vistos como uma ameaça (seria o início de um conflito que perdura até hoje).
Por outro lado, o público não tem tempo de se familiarizar com a história ou com os personagens, pois ambos são superficiais. Os sentimentos que envolvem a narrativa, como amor, ódio, vingança, revolta e a busca por liberdade, não foram construídos com a força necessária para justificar as ações que compõem o filme.
As cenas que fazem valer o ingresso são as que envolvem o cenário, como quando o Mar Vermelho se fecha atingindo os dois “irmãos egípcios” e a chegada das pragas, destacando o ataque de jacarés e a nuvem de gafanhotos. As cenas de diálogo entre Deus e Moisés também são interessantes, pois além de serem carregadas de frustração e de os dois brigarem e discutirem muito, o ator que interpretou Deus, Isaac Andrews, tem apenas onze anos e isso é o que traz o peso necessário para as conversas dos dois, ver um homem e um menino (que atua muito bem) decidindo o curso de 400.000 escravos.
Êxodo: Deuses e Reis
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