Família

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Habitantes de todos os cantos da Internet, sejam todos muito bem-vindos à minha primeira crítica cinematográfica do ano de 2025

“O cotidiano de uma família marcada pela violência doméstica é alterado drasticamente quando o patriarca retorna às suas vidas para retomar o seu lugar.”

Com tons de suspense psicológico, a obra de hoje é um drama familiar Italiano, inspirado em fatos reais, e baseado no livro de memórias Non sarà sempre così (Nem sempre será assim, em tradução livre) de Luigi Celeste, que explora a complexidade das relações humanas, principalmente dentro de uma família desfuncional.

Relacionável para muitos, sendo capaz de tocar o coração de todos, Família trata de assuntos atuais e muito pertinentes, ademais, mesmo se passando no velho mundo, transcende os limites geográficos com sua temática íntima e sufocante. Sua história é contada em dois momentos, – passado e presente – de maneira linear, com diálogos breves e claros, sendo em muito sustentada pela atuação que é capaz de expressar muito bem os medos, angústias e personalidades de cada indivíduo.

Além de contar uma história real e ou relacionável, sendo um retrato das relações humanas, “Família” também nos proporciona reflexões diversas, fazendo com que olhemos para dentro de nós mesmos.

O conjunto formado pela direção, fotografia e cinematografia, visualmente, tentam proporcionar originalidade, fugir da mesmice das produções comuns, e assim elevar um pouco mais a qualidade da obra.

Não é uma produção perfeita, e suas limitações, ainda que não afetem a experiência, por vezes se tornam muito visíveis. Sendo a falta de tempo de tela para alguns personagens, e a noção de “passagem de tempo”, pontos que poderiam ser melhores.

Família é competente, um drama que emociona, nos faz pensar e refletir. Um bom filme.

A crítica principal já foi, mas, pra quem quiser saber um pouco mais do que esse filme se trata, segue um resumo com spoilers.

O filme se inicia no passado da família Celeste, com os irmãos ainda crianças, e uma vaga lembrança, em que o patriarca, Franco, agride Licia sua esposa, e mãe de Luigi e Alessandro, que traz os motes principais, que são o temperamento e insanidade do pai, a violência doméstica, e a amarga lembrança do passado. E o ciclo se repete algumas vezes ao longo da obra.

Após o salto temporal, acompanhamos a vida de Luigi, o protagonista, que agora integra uma gangue de fascistas liderada por Fúlvio, uma espécie de figura paterna para ele, ainda no mesmo grupo de “amigos”, um contraponto, Giulia, sua namorada. Também assistimos uma pessoa perdida, buscando crescer, e conflitante por mostrar comportamentos semelhantes ao do próprio pai.

Além disso, a história retrata a dureza da vida, a busca pela normalidade, a vontade da reaproximação, traumas, decisões difíceis, e como atitudes podem alterar de maneira profunda o comportamento, a existência, e o destino de todo um grupo de pessoas. Viver não é fácil.

A obra é estrelada por Francesco Gheghi, Francesco de Lucia, Barbara Ronchi, Francesco Di Leva, Marco Cicalese, Stefano Valentini, Enrico Borello e Tecla Insolia. Tendo sido dirigida por Francesco Costabile, que também co-escreveu o roteiro com Adriano Chiarelli e Vittorio Moroni.

Espero que tenha apreciado a crítica, e que tenha se interessado pelo filme.

Faça como o Quadro por Quadro e assista a Família.

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