O filme Filha do Pai Dela, de Erwan Le Duc, pode gerar diversas discussões e interpretações. O filme se destaca por sua estética poética, com imagens e diálogos que transmitem uma sensação de leveza e beleza. Essa abordagem pode ser apreciada por aqueles que buscam uma experiência cinematográfica mais contemplativa.
Na trama, Étienne mal tem 20 anos quando se apaixona por Valérie. Não passa muito tempo até o nascimento da filha dos dois, Rosa. Até que um dia, Valérie sai de casa e nunca mais volta. Ele escolhe não fazer um drama disso e constroi uma vida feliz com a menina. Dezesseis anos depois, quando Rosa começa a seguir sua própria vida, Étienne reconhece a antiga companheira em uma reportagem de TV. O passado ressurge brutalmente, lançando pai e filha em uma derradeira jornada familiar caótica.
A relação entre Étienne e Rosa é o coração da trama, e o filme explora de forma delicada e sensível as nuances desse vínculo ao longo dos anos. Apesar do tema central ser bastante sério, o filme consegue inserir momentos de humor que aliviam a tensão e tornam a narrativa mais dinâmica.
Entretanto, a busca por uma estética poética pode, em alguns momentos, distanciar o espectador da emoção da história e das personagens. A falta de profundidade emocional pode ser um ponto negativo para aqueles que buscam uma narrativa mais intensa.
As personagens secundárias, como Valérie, poderiam ter sido mais exploradas, o que poderia enriquecer a trama e oferecer uma visão mais completa da dinâmica familiar.
O final do filme pode ser interpretado de diversas maneiras, o que pode gerar discussões e debates entre os espectadores.
No entanto, essa abertura pode ser vista tanto como um ponto positivo, que convida o espectador a refletir sobre a história, quanto como um ponto negativo, que pode deixar algumas perguntas sem resposta. As atuações de Nahuel Pérez Biscayart e Céleste Brunnquell são boas e transmitem a complexidade da relação pai-filha.
Resumindo, a obra agrada por sua simplicidade e atmosfera acolhedora.
