Folhas de Outono

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"Folhas de Outono": Uma janela para a simplicidade e a beleza Finlandesa-Alemã

Assista a Folhas de Outono e, se necessário, use um binóculo para ver cada detalhe incrível dessa produção Finlandesa-Alemã.

Ansa (Alma Pöysti) e Holappa (Jussi Vatanen) são duas pessoas completamente solitárias que trocam olhares num karaokê bar. Apesar de só se falarem algum tempo depois, há algo a mais entre eles que parece tornar a vida melhor de ser vivida.

Como é bom assistir coisa boa, e que não funcionaria se tivesse sido escrita, produzida, estrelada, dirigida, pelos líderes da indústria. Inclusive, esse é o primeiro ponto que faz Folhas de Outono ser tão interessante, o filme se passa nos dias de hoje e a primeira vista parece mostrar um cenário de décadas passadas, o que sabemos ser um reflexo de um mundo (leia-se, economia e política) fora do circuito comercial que estamos mais acostumados. O filme é uma janela para algo mais singelo, desacelerado, em que ainda é possível perder o telefone (fixo) que alguém entregou em um pedaço de papel, e esperar a pessoa passar no cinema de novo para vê-la outra vez.

Aliás, além do cinema, os enquadramentos mais bonitos, em que há um destaque para a cor e a composição, são aqueles que os personagens vivem fora do trabalho, onde tudo é banhado por luz branca, escalas e sem espaço para solidariedade, apenas, talvez, entre colegas-amigos. Esse detalhe pode estar associado ao fato do longa ser o 4º filme do diretor Aki Kaurismäki que trata sobre a vida do trabalhador.

A trilha sonora também está muito bem entrelaçada com a trama, a maioria das músicas parece ser tradicional finlandesa, com destaque para as românticas, mais um ponto que funciona mais nesse contexto do que em qualquer outro, nos tira da mesmice.

Agora, não só o plot twist, que acontece exatamente quando o espectador acha que já adivinhou tudo que vai acontecer, ainda temos as pontinhas cômicas do roteiro, elas embalam o filme e nos lembram como às vezes devemos olhar essas tramas e assistir a um vislumbre mais simples da vida como ela é, quadro por quadro.

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