Grace e Frankie – 2ª Temporada

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Famí­lia é uma coisa complicada. A gente sempre tem aquela impressão que a dos outros ou é muito mais legal ou muito pior, mas na verdade todas são iguais e passam por situações bem parecidas, afinal conviver não é fácil, precisa de muita conversa e entendimento. Agora tente imaginar você num casamento de 40 anos e de repente seu marido lhe conta que vai te deixar para ficar com o sócio dele que também é casado pelo mesmo tempo. Pronto. A dinâmica da famí­lia muda completamente. Existem os filhos, os netos e um bando de curiosos para xeretar sua vida e seus sentimentos.


Nesse pano de fundo que entra uma das amizades mais legais da TV entre Grace (Jane Fonda) e Frankie (Lily Tomlin). Duas mulheres totalmente diferentes, que que perderam seus maridos porque ambos se apaixonaram e precisam contar uma com a outra para superar essa situação. Após os eventos da primeira temporada, as protagonistas precisavam de um encerramento para suas relações e isso teve consequência para a segunda temporada, que segue uma trama contí­nua sem perder o ritmo. Sol (Sam Waterston), o ex-marido de Frankie, dorme com ela antes de se casar com Robert (Martin Sheen) e esse segredo envolve todos os personagens por alguns episódios.


É muito bom ver uma história sobre pessoas que nós não estamos acostumados a ver nem na TV nem no cinema e isso só é possí­vel no serviço de streaming da Netflix, que possui uma liberdade criativa maior, e isso é tão libertador e natural como a própria história. Vemos como essas mulheres em seus 70 anos passam pelas dificuldades e alegrias da vida de uma maneira que muitos não imaginam, e elas tiram sarro disso também, como se elas fossem invisí­veis e inúteis para a sociedade. A questão amorosa é outro ponto forte da série, que no final das contas trata suas personas como seres que querem ser amados e ter com quem contar no final do dia, mas o medo de uma nova decepção é como uma sombra que alerta as senhoras. Tudo isso contado sempre com muito bom humor, apesar de que essa temporada mostrou alguns lados mais profundos e uma sensação de consciência sobre o que significa viver.


A semelhança com a série Friends no sentido da atmosfera positiva, não é exatamente evidente, mas é como uma espécie de nova versão para um público sênior, e não deixa de ser interessante para os mais jovens, muito pelo contrário. Estamos falando de atores sensacionais que se importam com o projeto e que passam para as telas muito de suas experiências pessoais sobre casamento, traição, sexo, amizade e famí­lia, que é o nosso assunto principal aqui. E dessa vez o papel das mães teve um pouco mais de ênfase. Grace se vê um pouco alheia aos acontecimentos da vida de suas filhas e netos e se sente excluída, já Frankie precisa lidar com seus sentimentos sobre a busca de seu filho Coyote (Ethan Embry) por sua mãe biológica. Algumas piadas entre os coadjuvantes que não funcionaram no ano um, chegaram mais fracas na nova temporada e ainda parecem não ter o timing certo em cena, vamos esperar para que, na já anunciada terceira temporada, as piadas sejam mais bem escritas e dirigidas.

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