A “quase biografia” de Nelson Mandela (Morgan Freeman) dirigida por Clint Eastwood estreia nessa sexta-feira prometendo gratas surpresas a quem for assistir.
Quase biografia porque não se trata especificamente da vida de Mandela, mas faz um resumo sutil desta para abordar o ponto principal escolhido pelo diretor: O poder que um esporte tem de unificar uma nação destroçada.
O filme se passa no primeiro ano de mandado do então presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Ano em que o país sedia a copa do mundo de rugby e paralelamente se recupera do fim do aparthaid imposto à maioria negra, da fome, falta de moradia, saneamento básico, saúde e educação precárias. Em meio à essas condições existe uma chance da nação africana ser vista com novos olhos no exterior.
“Madiba”, como Mandela era chamado por alguns, decide então agir no cerne da questão: investir no time de rugby para que se torne símbolo da nação e não mais da segregação racial.
Morgan, sempre surpreendente, está ótimo como Mandela e dá um verdadeiro show de atuação. Matt Damon que interpreta o técnico do time de Rugby, bom, quase irreconhecível. A trilha está fantástica, e está nos momentos certos, como deve ser.
A grande sacada do diretor é conseguir fazer do cinema o que ele deve ser: a arte da ilusão. Clint nos brinda com um roteiro claro e nos leva para lugares em nossas mentes para depois nos dizer que não era nada daquilo que tínhamos pensado. Os acontecimentos são mostrados de maneira simples e clara, daqueles roteiros que só o cinema Ianque pode fazer.
Depois de “A Troca” e “Gran Torino”, além dos anteriores, Eastwood angaria uma nova legião de fãs. Alguém mais está sentindo cheiro de indicações ao Oscar?