O documentário “Ithaka – A Luta de Assange” foi uma experiência incrível e envolvente, proporcionando um vislumbre da vida e das batalhas do ativista australiano Julian Assange — ele chega às telas com direção de Ben Lawrence e produção de Gabriel Shipton, que é meio irmão de Assange (aliás foi Shipton quem procurou Lawrence com a ideia de fazer o documentário). O processo acontece através da peregrinação do pai de de Assange. Foi surpreendente a forma como ele explorou a jornada de Assange desde a criação do Wikileaks até sua prisão política e as consequências complexas de suas ações.
A narrativa se desenrola de maneira fluida, apresentando a importância do Wikileaks como uma plataforma para expor informações privadas e como Julian Assange se tornou uma figura central nesse cenário. A divulgação de documentos secretos do Exército Americano sobre a Guerra do Afeganistão, em 2010, é apresentada como um momento crucial que desencadeou debates globais sobre transparência, liberdade de imprensa e segurança nacional.
O documentário tem a capacidade de fornecer contexto histórico e político, situando as ações de Assange em eventos mais amplos, como a divulgação dos documentos secretos do Exército Americano. Essa contextualização permite ao público compreender a gravidade das informações reveladas e os desafios enfrentados por Assange ao trazer à tona verdades incômodas.
É notável no documentário a maneira como aborda a complexidade jurídica e geopolítica que envolve Assange. Sua prisão em Belmarsh e a ameaça de extradição para os Estados Unidos criam uma atmosfera tensa, explorando as implicações de suas ações e a luta pelo equilíbrio entre a divulgação de informações e as questões de segurança.
Uma parte especialmente comovente do filme é a exploração da relação entre Julian Assange e seu pai, John Shipton. As tentativas incansáveis de Shipton de proteger seu filho da extradição e das possíveis ramificações nos EUA acrescenta uma dimensão humana profunda ao documentário, destacando o impacto pessoal dessas lutas legais. A produção combina imagens de arquivo com entrevistas contemporâneas, criando uma narrativa envolvente que mantém o espectador imerso.
“Ithaka – A Luta de Assange”, também aborda questões cruciais sobre a liberdade de imprensa, o papel dos denunciantes e as implicações das ações individuais em uma escala global. Além de contar a história de Assange, o documentário também examina os debates éticos e jurídicos em torno de suas atividades.