França, sinônimo de bons restaurantes, comida apetitosa, vinhos saborosos e o amor no ar, coisas que aguçam os sentidos podem ser encontradas nesse belo país. É lá, por volta dos anos 60, onde Julia Child encontra sua vocação, a cozinha.
Do outro lado do mundo, nos Estados Unidos pós 11 de setembro, Julie Powell é uma funcionária do governo descontente com seu trabalho. Ao se deparar com o livro escrito por Julia, Julie se lança um desafio: cozinhar todas as 524 receitas contidas no livro em 365 dias e escrever sobre a empreitada alimentícia em um blog.
O filme se baseia em dois livros e dessa forma conecta ambas as histórias. E não é apenas o gosto das personagens por manteiga que as une, mas suas personalidades e situações. Ambas as mulheres são personagens de fibra, que buscam algo que valha a pena seu envolvimento, e descobrem que cozinhar é aquilo que as completa.
O longa fala sobre a coragem necessária para se chegar ao objetivo desejado e todos percalços pelos quais as personagens se submetem, cada uma a sua maneira e sua época. E por falar em época, a impressão que se tem é de que vemos dois filmes em um só, a direção de arte diferencia com maestria as épocas em que as personagens vivem.
Meryl Streep mais uma vez presenteia o público com uma de suas interpretações emblemáticas e totalmente diferentes de seus trabalhos recentes. Amy Adams não faz feio em sua parte da história e não é ofuscada pela diva Streep.
Mas em um filme onde os maridos ficam relegados ao segundo plano e são apenas os suportes de encorajamento para suas esposas, Stanley Tucci e Chris Messina caem como uma luva em seus respectivos papéis.
Com direção de Nora Ephron (“Uma Mens@gem Para Você”), “Julie & Julia” se mostra um filme equilibradamente romântico em que a simplicidade da história nos dá a chance de degustar a magia e o charme de seus personagens. Uma prazerosa viagem pela culinária francesa que o fará sair do cinema com água na boca.