Lucia de Berk (Ariana Schluter) é a moça do título, uma enfermeira pediatra que trabalhava no hospital Juliana Kinderziekenhuis (algo como Hospital Infantil Juliana), na cidade de The Hague, Holanda, em 2003, quando foi acusada e condenada à prisão perpétua por supostos assassinatos e três tentativas de assassinato de bebês sob sua responsabilidade. É um caso conhecido na Holanda, mas não aqui no Brasil, então para evitar spoilers (à la GoT), fica o benefício da dúvida para você, espectador.
Lucia é introvertida, não interage muito com suas colegas de trabalho, mas demonstra muito carinho em relação aos bebês em seu cuidado. A partir de uma morte inesperada de um bebê, começa um burburinho de dúvida em relação à competência de Lucia, que parece “atrair” mortes de bebês ao seu redor, considerando-se que houve vários casos sob sua responsabilidade onde foi preciso reanimação cardiorrespiratória nos pacientes que acabaram não sobrevivendo. Ela então é afastada do cargo, até ser acusada formalmente de assassinar as crianças e levada pela polícia no momento em que está medicando seu avô.
Ao mesmo tempo, Judith Jansen (Sallie Harmsen) é uma procuradora pública júnior aspirante a promotora e ambiciosa, que acha no caso de Lucia sua ponte para a evolução na carreira. Judith investiga o caso e relaciona as estranhas mortes com a conversa das colegas de trabalho de Lucia, que comentavam (fofocavam, né) sobre o boato de ela ter sido prostituta, além de convencer aos outros (e a si mesma) acerca de supostas evidências que incriminariam Lucia, como escritos em seu diário dizendo que tem compulsões e até mesmo o gosto por romances policiais.
Porém, após a condenação de Lucia, a própria Judith começa a captar e interpretar evidências que provam exatamente o contrário, a inocência de Lucia e a manipulação de informações em favor de interesses escusos dos administradores do hospital. Também é revelado mais sobre o passado de Lucia e seu suporte familiar: sua filha e seu companheiro, Peter.
Embora curto, o filme tem um ritmo equilibrado, fazendo com que o espectador primeiro julgue, depois simpatize com Lucia e seu passado permeado por sofrimento. Não é à toa que esse é o filme nomeado pela Holanda para a disputa ao Oscar. Um suspense angustiante e que vale a pena ver.
Lucia de B.
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