Mamonas Assassinas – O Filme

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O ano era 1996, e nascia então a banda Mamonas Assassinas, oriunda de Guarulhos/SP, composta por 5 rapazes, que faziam de suas músicas e apresentações verdadeiros espetáculos de humor, levando alegria e irreverência aos lares brasileiros. De uma forma meteórica, a banda ganhou o coração de crianças e adultos, alcançando um sucesso avassalador, com uma duração de 7 meses, deixando um país órfão de sua alegria por conta de um trágico acidente aéreo.

Decorridos 26 anos, estreia nos cinemas a cinebiografia Mamonas Assassinas – O Filme, com cerca de 100 minutos, a obra é um presente aos fãs da banda, que pode conhecer com um pouco mais de profundidade a trajetória dos cinco rapazes divertidos, que divertiam o público com sua banda, originalmente de rock progressivo (banda Utopia) e se transformou numa banda de rock com um estilo diferente de tudo o que mundo já havia conhecido. Claro que a obra alcança todos os tipos de público, para quem chegou depois do fenômeno é a oportunidade de conhecer de forma sintetizada o caminho do trabalho duro desses meninos, que viam a vida com esperança e leveza até o sucesso meteórico e histórico.

Durante o filme, me peguei suspirando e lamentando a perda tão precoce de pessoas que só buscavam viver da música e levar alegria às pessoas. Conhecer o antes da fama desses meninos, me fez e faz repensar sobre a vida, a morte e a qualidade na entrega que damos aos momentos desde a hora que abrimos nossos olhos todos os dias ao acordar, até a hora que os fechamos aguardando o despertar do próximo amanhecer. Me trouxe aquele sentimento, que eu acho que todos sentimos quando alguém próximo se vai e ficamos imaginando como ele estaria agora, e o tanto que ainda poderia experimentar da vida. Como dizem: “a saudade do que não foi vivido”.

A emocionante homenagem a banda mais irreverente e bem humorada de todos os tempos traz um apanhado de cenas representadas por Ruy Brissac como Dinho, jogando pelada no campinho nas horas vagas, trabalhando como anunciante de promoções no mercado, e curtindo os shows da sua banda favorita – Utopia, criada em 1989 pelos irmãos Sérgio (Rhener Freitas) e Samuel (Adriano Tunes), Bento (Beto Hinoto, sobrinho de Bento) e Júlio (Robson Lima). A banda se apresentava em qualquer lugar que tinha oportunidade, de pequenos espaços ao ar livre à comício de vereador, tocava rock progressivo e covers de bandas estrangeiras famosas, e a oportunidade para a gravação de sua primeira fita demo apareceu, através do empresário Enrico (Ton Prado).

Com um olhar comercial aguçado, Enrico observava a alegria e a descontração que eles viviam nos bastidores, mostrou aos rapazes que o caminho tinha que mudar, que mundo precisava de humor, de irreverência e alegria, isso era o diferencial, o novo, e eles tinham tudo isso, genuinamente. Em seguida, partiram para um novo nome para banda, pois sim, era uma nova banda, tinha um novo integrante e um novo segmento, nascendo assim os Mamonas Assassinas.

Mamonas Assassinas – O Filme entrega menos de duas horas, mas para o fã, é o suficiente para relembrar os maiores sucessos da banda, relembrar as entrevistas icônicas daqueles meninos simples e divertidos, as falas de incentivo e motivação de Dinho, rever trechos dos programas de TV que passavam nos finais de semana, onde eles eram concorridos para participar e fazer bombar a audiência, por vezes, provoca aquele nó na garganta.

O entrosamento do elenco, muitas vezes nos faz esquecer que são os atores encenando aquela linda e breve trajetória de superação e sucesso, e não a banda que nos foi tirada por força daquele fatídico acidente aéreo, que deixou um povo de luto.

É claro que não estamos diante de uma obra perfeita, ela possui muitos cortes, poderia ser aprofundada e detalhada; sente-se falta de uma abordagem maior para alguns integrantes da banda, uma atenção extra aos relacionamentos familiares, apesar de existir um momento no final com as famílias, mas Mamonas Assassinas – O Filme consegue homenagear o público saudosista e aqueles que levaram tanta alegria a um povo que em sua maioria vive de forma corajosa suas batalhas com um sorriso no rosto.

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