Minari – Em Busca da Felicidade

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É filme de família imigrante sonhando com o Sonho Americano que você quer? Vem ver "Minari - Em Busca da Felicidade" 😀

E mais um filme concorrendo ao Oscar de melhor filme este ano trata do bendito Sonho Americano de maneira mais realista. Depois de Nomadland, temos Minari – Em Busca da Felicidade, que acompanha uma família coreana que imigra para os Estados Unidos em busca do prometido ideal de liberdade e chance de sucesso e prosperidade baseados no trabalho duro que os americanos pregam (ou pregavam, pois isso vem sendo cada vez mais desmistificado). Mas a família Yi logo descobre que a ascensão social para uma família imigrante e trabalhadora pode ser mais difícil do que eles imaginam.

O filme, dirigido por Lee Isaac Chung, me pegou desprevenida. Depois de ter assistido Mank (veja aqui a resenha), uma produção toda empenhada em retratar a velha Hollywood usando diversos artifícios, Minari parece sem graça, com pouca coisa acontecendo. Mas assim que você começa a conhecer os personagens, alguns sonhadores, como o pai da família, Jacob Yi (interpretado pelo excelente Steven Yeun, de Okja), outros bem pé no chão, como a mãe, Monica Yi (Han Ye-ri), ou divertidos como a avó, Soon-ja (Youn Yuh-jung), você logo está emaranhado nessa teia singela e bastante complexa que compreende uma família.

Muito interessante como o diretor, apesar de trazer alguns temas bem culturais e específicos para uma família coreano imigrante vivendo nos Estados Unidos, as relações e o tema central são muito mais universais do que você poderia esperar de um filme que é falado metade em inglês e metade em coreano. No final, você consegue se relacionar plenamente com os temas sendo tratados, e acredito que por isso o filme é tão significativo para audiências em geral, sem perder sua qualidade de filme não americano (que é uma qualidade muito positiva, diga-se de passagem).

Apesar de apenas o pai da família e a avó terem sido indicados ao Oscar (de melhor ator e melhor atriz coadjuvante, respectivamente), o destaque, pra mim, ficou com o caçula da família, David Yi (interpretado pelo estreante Alan Kim). Na história, ele é o filho de imigrantes coreanos nascido nos Estados Unidos, ou seja, uma criança americana. Apesar de toda a influência de sua família, ele já apresenta algumas características do país onde nasceu, e os contrastes com a cultura original de seus pais geram pequenos conflitos com a família, principalmente quando a avó vai morar com eles. Em determinado ponto, ele afirma que a avó não pode ser uma avó, pois não faz cookies e fala palavrões. Divertidíssimo, mas levanta reflexões interessantes sobre diferenças culturais e o que é socialmente aceito ou não aceito como normativo.

E falando ainda sobre o Oscar, o filme foi indicado a um total de 6 Oscar: melhor filme (só a premiação máxima, imagina…), melhor diretor (só a segunda melhor premiação), melhor roteiro original, melhor ator, melhor atriz coadjuvante e melhor trilha sonora. Ufa <3

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