O Novato

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Difícil encontrar alguém que nunca se sentiu sozinho em nenhuma situação. Parece que essas inseguranças não acontecem para quem é popular na escola, por exemplo, e realmente nao acontece. Onde quer que essas pessoas vão, sempre tem alguém para bajular ou tentar chamar a atenção delas. Mas, para quê? Sim, para ser incluí­do naquele cí­rculo, que não necessariamente é o melhor pra você, mas que vai te fazer sentir mais querido e parte de um mundo.


Quando um aluno novo se muda para uma escola nova, com diferentes pessoas, dinâmica e contextos diferentes, o desafio de se sentir incluí­do é muito grande. Como as crianças e adolescentes ainda não tem um caráter formado, elas vão pela maioria, e o que todo mundo estiver fazendo, é a regra. Claro, existem os rebeldes, mas esses não são pauta agora. Afinal, para se ter uma auto suficiência desse jeito, é preciso também passar por situações de constrangimento. É assim que começamos a falar sobre Novato, filme dirigido por Rudi Rosenberg que conta a história de Benoit, um menino que se muda para uma nova escola onde não conhece ninguém e tenta se encaixar, mas só consegue fazer amizade com outros excluí­dos, e com a ajuda de seu tio, ele tenta reverter essa situação.


O filme é leve, solto, natural e sem medo de ser politicamente correto. Ele apenas mostra, com bom humor, o que acontece no ambiente escolar e o início das relações pessoais, como amizades e romances. A trajetória do menino é cheia de moral e carrega uma responsabilidade de mostrar a inocência de todas essas crianças que acham que estão abalando, mas nem sabem direito o que o palavrão que elas acham o máximo falar, realmente significa. As piadas sobre xingar a mãe do outro ou apontar um defeito físico para atormentar o colega, são trabalhados sem forçar a barra e a condução do diretor dá uma liberdade de atuação para o elenco mirim, pouco experiente, se arriscar num sentimento verdadeiro e divertido. A famí­lia tem grande papel no molde de Benoit, que tenta dar inúmeras alternativas para o problema do menino. A dinâmica familiar não chega a ser tão importante como em Pequena Miss Sunshine (2006), mas consegue construir um ambiente seguro e de f[acil associação em qualquer idioma, inclusive. A trama é passada e basicamente um clichê, mas assim como foi o filme Juno (2007), Novato consegue trazer uma cara nova e um sentido mais puro para essa situação que a gente já conhece e que acontece em todas as gerações. Vemos a primeira festinha, o primeiro trabalho em grupo da escola, a primeira excursão, a primeira briga e o primeiro amor. Essa sensação nostálgica para o público deve ganhar os olhos da produção e assim acertar em cheio na fofura e no otimismo da obra.

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