Aqui vão algumas informações rápidas sobre o filme:
- É um documentário filmado em São Gabriel da Cachoeira, um dos maiores municípios da América Latina.
- São Gabriel da Cachoeira abriga a maior variedade de etnias indígenas do país, são mais de 15 línguas diferentes faladas por 23 grupos nativos.
- Será mostrado o dia a dia de 3 famílias vindas de grupos diferentes: Yanomami, Arapaso e Hupda.
- O doc foi dirigido pelo carioca e veterano Vicente Ferraz.
Qual a história de “O Contato”?
No tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela, em um vasto e pouco conhecido território chamado “Cabeça de Cachorro”, o filme acompanha as travessias feitas por personagens que transitam entre suas aldeias e a cidade indígena de São Gabriel da Cachoeira. É um universo de trocas multiétnicas, de grande diversidade linguística, e de buscas por novos conhecimentos. Lá se evidencia a relação dos povos originários com seus sonhos e suas práticas místicas, em uma região de extrema beleza, mas que hoje está ameaçada pelo narco-garimpo.
Produção cinematográfica + ação social
O local onde o doc foi realizado é composta quase 100% de povos originários, o que deveria evidenciar uma ampla proteção do governo federal e estadual na região. Entretanto, as populações locais (23 grupos indígenas diferentes) estão lutando pela própria preservação diante o desmatamento e ações de garimpeiros ilegais.
O trabalho de Vicente Ferraz faz como que a voz desses grupos seja escutada por pessoas de todos os lugares. Cada pessoa alcançada é uma nova possibilidade que pode trazer ajuda para esses povos do Rio Negro.
Além de mostrar a cultura do alto do Rio Negro para o mundo, A produção de O Contato também contribuiu com projetos concretos para os povos envolvidos no filme. Entre as iniciativas, estão a reforma de um centro social, a construção de uma escola e o fornecimento de equipamentos de tecnologia para escolas e associações dessas comunidades.
Vale a pena ver nos cinemas?
Para os curiosos com assuntos etnográficos e antropológicos, O Contato é um prato cheio. De fato, são poucos os trabalhos recentes que exploram povos originários da forma como Vicente Ferraz conseguiu fazer.
O trabalho de Ferraz é criativo e curioso ao mostrar o cotidiano desses povos. Não pelo olhar do diretor, mas pelo olhar dos indígenas. Eles que conduzem a narrativa. O doc segue o fluxo dessas 3 famílias brilhantemente escolhidas. Sem sombras de dúvida, O Contato vale cada minuto dentro do cinema. É um ótimo documentário.