Considerando que era uma série ambientada nos anos 1940, estrelando um personagem já estabelecido e carismático, e criada pelos roteiristas de Capitão América 2: O Soldado Invernal, era de se esperar que as pessoas estivessem mais empolgadas com Agente Carter. No entanto, havia certo ceticismo, com críticas sobre ser uma “prequela” que “não importaria” e questionamentos sobre a falta de superpoderes dos personagens. Mas Agente Carter não precisava estabelecer algo para outros filmes; ela só precisava ser uma série envolvente e divertida. E conseguiu com louvor.
Desde o início, Agente Carter foi uma série agradável e empolgante. Hayley Atwell, já conhecida como Peggy Carter, deslizou facilmente para o papel principal, e sua parceria com Edwin Jarvis (James D’Arcy) foi um acerto inspirado. Atwell e D’Arcy mostraram uma química incrível, não-romântica, formando uma dupla adorável e peculiar, com cenas de missões que realmente se destacaram – mesmo antes de Peggy começar a enfrentar os vilões.
Com apenas oito episódios, Agente Carter avançou rapidamente de forma satisfatória. Bridget Regan foi apresentada como a vizinha de Peggy, Dottie, e, apenas uma semana depois, já estava assassinando um homem, levando a uma revelação incrível sobre o programa da Viúva Negra. Esta série, embora não estivesse diretamente ligada aos filmes modernos da Marvel, trouxe várias conexões legais, além da importante história de Peggy com o Capitão América.
Howard Stark (Dominic Cooper) foi crucial para a história, aparecendo em três episódios e oferecendo um olhar intrigante sobre sua psique no final da temporada. Além disso, tivemos a presença de Dum Dum Dugan e os Comandos Uivantes, bem como várias Viúvas Negras em ação, incluindo o aterrorizante treinamento de jovens garotas para matar. O Dr. Ivchenko, também conhecido como Dr. Faustus, foi outro vilão importante, conectado ao Soldado Invernal, em uma cena final ao estilo Marvel.
Os personagens realmente brilharam. Lyndsy Fonseca, em um papel não de ação, fez Angie extremamente carismática e cativante, com cenas doces entre ela e Peggy, mostrando uma conexão mais normal e humana para Peggy. No início, me preocupava a representação dos homens na SSR, que pareciam todos um pouco unidimensionais. Mas, ao longo da temporada, personagens como Dooley e Thompson se tornaram mais complexos e interessantes.
Dooley investigando por conta própria e percebendo que Howard Stark não era o culpado foi um ótimo toque, mostrando porque ele era o chefe. A missão na Rússia no episódio “The Iron Ceiling” deu uma grande profundidade a Thompson, revelando quem ele realmente era, em contraste com a imagem que projetava.
A temporada culminou de maneira muito satisfatória, com o sacrifício nobre de Dooley, a revelação da razão da raiva de Fennhoff contra Howard e um grande desfecho para Peggy, que derrotou Dottie em combate e finalmente conseguiu superar a perda de Steve Rogers. Este último aspecto foi tratado de forma excepcional, reforçando que Agente Carter não era apenas uma prequela, mas uma sequência direta de Capitão América: O Primeiro Vingador, seguindo o que aconteceu com Peggy após os eventos do filme.
Agora, não sabemos se Agente Carter terá uma segunda temporada, mas certamente espero que sim. A temporada mais curta funcionou muito bem, dando a Peggy uma história focada, com um mundo convidativo e personagens coadjuvantes cativantes. As conexões com o UCM, embora não sempre explícitas, foram apreciadas e legais, enquanto Peggy teve um desfecho emocional e tocante para uma história que começou no primeiro filme do Capitão América. Que venha a segunda temporada!
