Um filme sobre um editor de livros não necessariamente soa empolgante ou promissor. Mas quando se fala do editor que trabalhou com F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, a coisa muda de figura.
O Mestre dos Gênios conta a história de Max Perkins (Colin Firth, de O Discurso do Rei), um dos editores literários mais famosos na profissão. Apostando em jovens talentos, ele descobriu nomes fundamentais da literatura, como Thomas Wolfe (Jude Law, de A Espiã que Sabia de Menos). O filme acompanha a vida pessoal de Perkins e sua relação complicada com Wolfe, cujas obras foram fortemente influenciadas pelo trabalho do editor.
Quando digo que a coisa muda de figura por se tratar de um editor tão renomado quanto Perkins, não quero que me entenda mal: O Mestre dos Gênios só existe por ser uma biografia de um editor do cacife de Perkins, mas isso não necessariamente faz do longa um exemplar incrível do gênero biográfico.
Colin Firth e Jude Law estão apenas funcionais em seus papéis. Firth consegue demonstrar perfeitamente a dificuldade que era editar Thomas Wolfe, conhecido por entregar parágrafos de 4 ou mais páginas. E apesar das diferenças que vão surgindo entre os personagens, na medida que seu trabalho se desenrola, começa uma relação de amizade entre eles.
Enquanto isso, a amante/musa/patrocinadora de Wolfe, Aline Bernstein (Nicole Kidman, de Grace de Mônaco), começa a se sentir substituída pelo autor, o que dá chances para Kidman brilhar com seus momentos de breve loucura, mas isso não acontece.
E esta é uma das grandes falhas de O Mestre dos Gênios: o filme é cheio de pesos pesados literários e cinematográficos, mas se aproveita muito pouco deles. Há muitas montagens transitórias, muitas tomadas de lápis vermelho rabiscando páginas datilografadas, mas tão pouca profundidade quando se trata de quem eram os personagens retratados e o que os motivava.
E no final, você fica pensando: que pena que Max Perkins não pôde editar o roteiro da sua própria biografia. Com certeza, a experiência seria outra!