O Portal Secreto

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Elenco é o ponto alto da fantasia científica "O Portal Secreto"

Adaptado do romance de fantasia de Tom Holt, de 2003, esta é uma tentativa aceitável de dar o pontapé inicial em uma nova franquia no estilo Harry Potter ambientada em uma instituição peculiar, como Hogwarts. Co-produzido pela Jim Henson Company, o design de produção é limitado e intenso, e o elenco – com Christoph Waltz e Sam Neill – dá tudo de si. Mas em meio a toda a confusão, às vezes o filme peca em levar sua história adiante.

“O Portal Secreto” tem um belo conceito: a venerável corporação londrina JW Wells & Co é responsável pela engenharia de todos as coincidências diárias na vida vida mundana das pessoas. Não que o estagiário Paul Carpenter (Patrick Gibson), desesperado por qualquer trabalho, saiba a razão da existência da empresa quando aceita seu contrato. Ele parece não ter nenhum talento discernível, ao contrário de sua colega novata Sophie (Sophie Wilde), cuja habilidade como empata logo é usada para manipular os desavisados. Então, ele fica aliviado quando o CEO Humphrey Wells (Waltz) o incumbe de encontrar uma porta mágica que desapareceu em algum lugar nas instalações da empresa.

O diretor Jeffrey Walker (“Modern Family”) brilha em algumas sequências, com um Paul constantemente surpreso com esta Hogwarts corporativa, cheia de impressoras matriciais e regras arbitrárias, como nunca permanecer no trabalho depois das 17h. Mas esse caprichoso frenesi imagético gradualmente é sufocado por um roteiro não tão inspirado. Com a necessidade de manter os esquemas mais amplos de Wells ocultos, o filme falha em atrair nosso interesse em como sua trapaça se relacionaria com o mundo “trouxa” moderno (resumidamente, ele tem projetos muito contemporâneos para expandir a missão de “influência” da empresa – um beijo, redes sociais).

Então, em vez disso, o filme permanece estranhamente fixado em toda a coisa do portal secreto, um MacGuffin sem sentido. Se a tensão oscila, ainda assim, “O Portal Secreto” consegue encantar em partes, muitas vezes graças a um irascível Neill e sua língua afiada que lembra os contos Roald Dahl (“A Fantástica Fábrica de Chocolate”). Neill rouba a cena enquanto percorre o filme com os braços cruzados e a cabeça inclinada em um ângulo estranho. Ele traz uma espécie de alegria louca de pantomima para o papel, suspenso entre o herói e o vilão.

Este pode ser o primeiro filme de fantasia científica do mundo sobre coleta de dados. JW Wells está empenhado em coletar grandes quantidades de dados pessoais de cidadãos para assumir o controle de nossas vidas e nos fazer comprar coisas. Soa familiar?

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