Viver uma perda nunca é fácil, ainda mais quando depois dela vem a difícil tarefa de se reconectar com aqueles que estão próximos. É neste momento que se encontra Cícero (Antônio Haddad), um menino que acabou de perder o pai, vítima de um ataque cardíaco fulminante, e que depois de passar bastante tempo longe da mãe (Alessandra Negrini), precisa entender que ela é quem mais vai apoiá-lo.
O filme relata um pedaço da história de várias vidas diferentes, e todas essas vidas e histórias estão relacionadas a água, se não à primeira vista, conforme as cenas vão passando. No começo é fácil de perceber, há uma mensagem falada em idioma indígena com som e imagens de água, e logo que o enredo propriamente dito começa, o elemento vai entrando e saindo de cena, bem como um rio. Uma hora é um jogo virtual de surf, em outro momento é estar em um lugar árido com uma garrafinha de água, em outro é passar ao lado da transposição do São Francisco e assim vai.
A trama é extremamente sensível, e assim como a água, a trilha sonora ajudou muito a dar esse tom lânguido, de tempo que passa, que traz mudanças e faz as coisas acontecerem para o bem e para o mal. O detalhe é que no meio disso tudo existem pontos de muita força, de agressividade e violência, pois não só das boas e agradáveis relações humanas se faz o filme, mas também mostra as causas indígenas, ambientais e os movimentos políticos que envolvem cidades e comunidades.
O cinema nacional merece sempre ser celebrado, e é isso que o Acqua Movie faz muito bem. Ele lembra nossas origens e nos faz prestar atenção àquilo que realmente importa e merece nosso apoio.
