O Destino de uma Nação

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“O Destino de uma Nação” é um filme sobre liderança e estratégia em tempos de guerra

Winston Churchill (Gary Oldman) está prestes a encarar um de seus maiores desafios: tomar posse do cargo de Primeiro Ministro da Inglaterra. Paralelamente, ele começa a costurar um tratado de paz com a Alemanha nazista que pode significar o fim de anos de conflito.

A cinebiografia O Destino de uma Nação conta a história de Winston Churchill no seu primeiro mês de posse, ou seja, maio de 1940.

A Inglaterra está abalada, Chamberlain (Ronald Pickup), então primeiro ministro, perde o apoio de grande parte do parlamento, por aparentemente ser um bom líder somente em tempos de paz. Com as forças inimigas cada vez mais fortes e avançando por toda Europa é necessário repensar o quesito homem forte, mas que ao mesmo tempo agrade boa parte da oposição. Churchill não era a primeira opção como conta a própria história, mas com certeza era o mais adequado.

O filme traz a visão do poder, das mentes por trás das grandes decisões durante a guerra. É um longa muito mais de discurso e estratégia do que cenas de ação, na verdade essas nem existem. Drama bem construído do diretor Joe Wright (Orgulho e Preconceito), não economiza em cenários bucólicos para retratar esse período. Bons planos de câmera, boa fotografia, e excelentes diálogos.

Impossível não se emocionar com a atuação de Gary Oldman (o Sirius Black, de Harry Potter), que consegue mesmo com toda caracterização (palmas para o pessoal da maquiagem), retratar a figura de Churchill de maneira tão fiel, através do olhar, o mexer dos lábios e entonação da voz, adequada para cada momento, até mesmo sua postura corporal – que já lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor ator em 2018.

Embora fique muito claro que o filme é de Oldman, o restante do elenco faz essa atuação ser tão próxima do verossímil (de acordo com o que lemos nos livros de história). A gentileza entre o protagonista e Clementine (Kristin Scott), sua esposa, faz entender porque Churchill funcionara na vida pública. Ela era o seu esteio e seu norte, mesmo sabendo que a vida dele fosse muito mais o parlamento. A interpretação dos dois passa esse sentimento. E por falar em sentimento uma das cenas mais carregadas do mesmo é o momento em que Churchill e o Rei George VI deixam de lado certos protocolos e diferenças para tomarem decisões pelo objetivo comum. É mágico ver a entrega dos dois atores e a postura de escada de um para o outro, verdadeiramente dois cavalheiros.

Mesmo passando por uma situação um tanto exagerada em uma cena na qual somos induzidos a simpatizar com Churchill para que o brademos como herói, o filme ainda fica dentro do esperado como biografia. Churchill era um grande orador, um líder de palavras e frases bem-feitas, e O Destino de uma Nação consegue deixar todos com o olhar fixado na tela do cinema.

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