Se7en: Os Sete Crimes Capitais

Onde assistir
A mente macabra por trás de "Se7en: Os Sete Crimes Capitais"

Se7en: Os Sete Crimes Capitais é um thriller policial, mas vai muito além da simples fórmula de mistério. A história é sobre um serial killer que comete assassinatos baseados nos sete pecados capitais, uma premissa que, a princípio, parece simples, mas que se revela muito mais complexa à medida que a trama avança. A grande sacada do filme é que o mistério não está em descobrir quem é o assassino, mas sim em como ele vai enganar a polícia a cada novo crime.

O criminoso de Se7en não é apenas mais um maníaco comum. Ele é inteligente, calculista e sempre tem a situação sob controle. Em vez de ser vencido por um momento de burrice ou descuido, ele continua se esquivando das tentativas dos detetives de capturá-lo, o que confere à narrativa uma tensão crescente e inevitável. Há algo de perturbador nesse poder psicológico que o assassino exerce sobre os policiais, que, em vez de caçá-lo, parecem ser meros peões em seu jogo macabro.

A dinâmica entre os dois detetives principais, David Mills (Brad Pitt) e William Somerset (Morgan Freeman), é essencial para o sucesso do filme. Mills, o novato cheio de energia e ideais, tem uma abordagem impetuosa e é totalmente movido pela ação. Já Somerset, prestes a se aposentar, traz uma abordagem mais calculada e analítica para a investigação, o que cria uma combinação interessante e contrastante entre os dois. Essa parceria é a espinha da história e nos permite ver o contraste entre juventude e experiência diante de uma situação extremante desgastante.

Apesar da boa interação entre os dois personagens principais, há um ponto fraco em Se7en: o personagem de Brad Pitt, Mills, não é particularmente agradável. Sua arrogância e confiança excessiva podem ser irritantes, e ele parece ter um único modo de atuação: o excesso. A atuação de Pitt não é uma das mais refinadas de sua carreira, tornando seu personagem difícil de simpatizar. Por outro lado, a performance de Morgan Freeman como Somerset é mais sutil e equilibrada, com o ator conseguindo roubar cenas pela sua calma e gravidade.

Em relação à trama, o filme acerta ao explorar uma ideia sombria e perturbadora: o assassino seleciona suas vítimas com base em seus pecados, o que dá a cada assassinato um caráter filosófico e condenatório. A busca dos detetives por esse psicopata os leva a uma jornada difícil, mas também a uma reflexão sobre a natureza humana e a moralidade. A maneira como o roteiro desenvolve a ideia dos pecados capitais transforma a história em algo mais do que um simples filme de mistério, levando-a para um terreno psicológico e filosófico inquietante.

No entanto, Se7en não é isento de problemas. O filme, embora bem realizado, é excessivamente sombrio e brutal, com uma quantidade de violência explícita que pode ser desconfortável para alguns. O ritmo também é um pouco arrastado em determinados momentos, o que faz com que a longa duração do filme pareça um pouco excessiva. Mesmo assim, a narrativa consegue manter o interesse devido ao seu enfoque psicológico e à crescente sensação de tensão.

Apesar de seus poucos defeitos, Se7en: Os Sete Crimes Capitais é um thriller eficaz, que consegue capturar o público com sua atmosfera opressiva e seu desenvolvimento intrigante. Embora não seja perfeito, o filme tem um grande apelo por sua profundidade e pela maneira como mergulha nas complexidades da mente humana. Ao final, ele deixa uma marca incontestável, não apenas pela trama, mas pela forma como lida com temas universais de culpa, moralidade e destino.

Você também pode gostar...