Você não pode matar um homem concebido por Tom Clancy. Jack Ryan que o diga. O personagem já manteve estrelas como Harrison Ford e John Krasinki empregados lucrativamente por décadas em vários filmes e séries de TV baseado nos seus livros.
Sem Remorso conta a história de John Kelly (Michael B. Jordan, de Pantera Negra), um oficial de elite do exército. Quando um esquadrão de soldados russos mata sua esposa grávida em retaliação ao seu papel em uma operação ultrassecreta, ele persegue os assassinos a todo custo. Unindo forças com um companheira do exército (Jodie Turner-Smith, de Queen & Slim) e um sombrio agente da CIA (Jamie Bell, de Expresso do Amanhã), a missão de Kelly involuntariamente expõe uma conspiração secreta que ameaça envolver os EUA e a Rússia em uma grande guerra. Dividido entre a honra pessoal e a lealdade ao seu país, Kelly deve lutar sem nenhum remorso contra seus inimigos se quiser evitar um desastre e expor as figuras poderosas por trás da conspiração.
Willem Dafoe e Liev Schreiber já interpretaram o personagem que agora recai sobre Michael B. Jordan. O que torna ainda mais decepcionante o filme. Jordan já se provou um excelente ator para ser aproveitado pifiamente numa trama de vingança sangrenta que não traz nada de novo ao gênero. Sem Remorso não passa de uma trama de intriga estilo Guerra Fria, repleto de clichês e reviravoltas nada empolgantes.
O roteiro, co-escrito pelo indicado ao Oscar Taylor Sheridan (A Qualquer Custo) e Will Staples, mais conhecido por seu trabalho no game Call of Duty: Modern Warfare 3, é mais focado na ação do que no desenvolvimento dos seus personagens. A contagem de corpos é mais relevante do que a empatia que podíamos ter pelos protagonistas.
O diretor Stefano Sollima (Sicário: Dia do Soldado) até tenta fazer de John um herói: Ele mata porque se importa. Jordan, uma presença naturalmente magnética em tela, faz o melhor que pode para demonstrar isso, mas é uma empreitada sem sucesso. Enquanto isso, Guy Pearce (Homem de Ferro 3) aparece para representar o Governo e designar as várias missões “altamente secretas”, sem que nos importemos.
À medida que a vasta conspiração se desenrola, as coisas explodem com uma regularidade entorpecente e vários soldados sem rosto morrem (quem se importa se só estamos aqui por tiros, porradas e bomba, certo?). Os planos mais bem traçados dão errado. A vingança é feita “sem remorso” e “sem sentido” pedindo pra que você desligue e fique sem cérebro durante a duração do filme. Só uma coisa é certa, a julgar pela cena pós-créditos, uma sequência pode acontecer.