The Rocky Horror Picture Show: Let’s Do the Time Warp Again

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Apesar dos esforços de Laverne Cox, a refilmagem de "The Rocky Horror Picture Show" não possui a magia do original

Não é justo esperar que The Rocky Horror Picture Show: Let’s Do the Time Warp Again tenha a mesma magia do original. O clássico cult de 1975 que inspirou esta nova versão televisa da Fox se tornou um fenômeno ao longo de seus 40 anos.

A refilmagem escala a transexual Laverne Cox, conhecida pela série Orange is the New Black, no papel que pertenceu a Tim Curry no original, e ela se mostra a melhor escolha dentro do telefilme.

A trama acompanha um casal que, após comparecer a um casamento, parte em uma viagem de carro. Porém, no meio do caminho seu carro quebra e eles precisam procurar ajuda no castelo da Dra. Frank N Furter, uma cientista maluca que dedica sua vida ao prazer. O que eles não sabem é que Furter quer criar Rocky Horror, um homem que possa satisfazer seus desejos sexuais completamente.

O justo era esperar que a refilmagem tivesse algum erotismo, alguma alma própria. Infelizmente, a produção da Fox passa longe de compreender o apelo do original , apesar de alguns desempenhos sólidos.

A nova produção é mais um exemplo de como Hollywood vem tentando mercantilizar tudo que já foi considerado marginal e original. A questão é que não é possível fazer de Rocky Horror um produto tão mercantilizado assim, afinal Frank N Furter é uma cientista transexual e/ou crossdressing de um planeta chamado transexual. Como atualizar isso para um público mainstream?

O destaque fica com Laverne Cox, no entanto há preocupações práticas e simbólicas em jogo com sua participação no longa. Enquanto Curry teve a chance de alternar entre os babados de uma diva decrépita e um cientista louco e instável – Cox precisa ser, necessariamente, mais contida. Ainda assim a atriz é a única que parece confortável em seu papel e como resultado ela parece estar em um filme diferente dos seus companheiros de elenco.

The Rocky Horror Picture Show: Let’s Do the Time Warp Again é uma versão plana e sem o brilho do original. Um filme sem nenhuma originalidade, transplantado da comunidade que o cultivou desde os anos 70 e compartilhado com os Millennials visando à criação de um produto incrível. Mas não consegue!

Para quem se interessar, mesmo depois desta versão insossa, vale uma passada na Netflix para contemplar o original e se deliciar com suas estranhezas.

P.S.: Outro ponto positivo é a participação especial de Tim Curry como o narrador da trama.

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