Gosto muito de uma expressão “put yourself in someone else’s shoes”, que literalmente significa “calçar os sapatos de alguém”, ou seja, “se colocar no lugar da pessoa”. Bom, a gente tenta isso toda hora, se solidariza, tenta compartilhar de algum sentimento. Bacana. Mas e se a gente pudesse literalmente usar os sapatos da pessoa e se transformar nela? Sim, tipo, mesma aparência e tal. Você calça os sapatos da Angie Jolie e, voilà , você se olha no espelho e percebe que agora dá até pra sair pra jantar com o Sr. Pitt. Ah, sonho meu!! E voltando à expressão lá do comecinho, já que você só conhece realmente alguém se andar com seus sapatos, em Trocando os Pés, Adam Sandler decide conhecer várias pessoas a fundo. Como? Consertando seus sapatos com uma máquina mágica e calçando-os para aproveitar as muitas possibilidades de curtir a vida – ou se meter em belas encrencas.
No filme, Sandler é Max Simkin, um sapateiro que vem de uma geração de sapateiros, que vive no mesmo lugar basicamente desde que nasceu, e que faz algo que não gosta. E com a cara de poucos amigos, com as olheiras constantes e o copo de café sempre à mão, Max vai passando os dias. Até que… ele descobre que a máquina velha de consertar sapatos que ele tem no porão não é uma máquina muito normal. Claro, porque imagina uma máquina que conserta o sapato e deixa você se tornar a proprietária do sapato? É, quero uma dessas. Preciso.
Bom, dá pra imaginar que o Max se mete em muitas aventuras, e tá achando a coisa o máximo (quem não acharia, para!). Mas nem tudo são flores, e alguns sapatos metem o Max em encrencas feias. Bem, já que o cara tava precisando de um pouquinho de ação nessa vidinha paradinha, taÃ, não dá pra reclamar.
O filme é uma comédia, mas não no melhor (ou pior?) estilo de besteirol Sandler. E isso é ótimo! Ela tem uns tons dramáticos, tem um lance famÃlia, discute alguns assuntos sérios com leveza, e tá cheio de clichês, lógico (dessa o Sandler não ia conseguir se livrar, pois comédia sem clichê é normalmente indie, e filme de comédia indie não ia ter Adam Sandler, acredite). Mas ah, você ri muito com as desventuras dele com os sapatos (e aparência e, em alguns casos, a vida) emprestados dos outros. Em uma cena, ele rouba os sapatos de um cara (não sem antes, é claro, perguntar quanto ele calça, só pra ter certeza) e vai dar uma voltinha no Porsche do cidadão.
Destaque para a excelente edição, que você pode apreciar melhor nas sequências em que ele está provando os sapatos e se tornando outras pessoas. E a ideia toda é bastante bacana, ainda mais quando você pensa que diversas pessoas participaram do filme interpretando o Adam Sandler, que está disfarçado dessas pessoas. Deu um nó aà na sua cabeça? Esquenta não. Na minha também.
Parecer final: filme bacanérrimo pra ir com a famÃlia toda no domingão de tarde, ou com a galera em um sábado à noite. Corre, vai! E se você encontrar os sapatos mágicos da Jolie por aÃ, me manda, faz favor!
Nota:
[wpdevart_youtube]TJ2K7zP_mU8[/wpdevart_youtube]