Um Perfil Para Dois

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“Um Perfil Para Dois” é a comédia despretensiosa que o cinema precisa

Pierre Richard é mais conhecido como François Pignon, protagonista ao lado de Gérard Depardieu numa série de comédias policiais francesas dos anos 80. Agora, em Um Perfil Para Dois ele tira sarro da velhice e o faz com maestria se entregando a um personagem que divide com ele o seu nome.

No filme, Pierre é um viúvo aposentado que não sai de casa há mais de dois anos, e agora tem a chance de voltar a viver novamente com a ajuda da internet. Isso porque através de Alex (Yaniss Lespert, de Qual é o Nome do Bebê), um homem contratado por sua filha para ensiná-lo a usar o computador, acaba criando um perfil em um site de namoro. Lá, conhece a linda jovem Flora (Fanny Valette, de As Aventuras de Molière), e decide marcar um encontro. Mas ele só tem um problema: a foto que usou no perfil é de Alex, e não dele.

Basta entender o começo de Um Perfil Para Dois para saber por onde o filme vai enveredar. Esta história de amor oferece algumas situações de humor e doçura, bem como um pouco de tragédia, da maneira mais previsível possível.

Mas quando digo previsível não estou tentando depreciar o filme. A previsibilidade dele funciona pois ele se entrega a ela e com isso não se leva nada a sério. Sabemos onde estamos pisando e por isso nos deixamos levar.

É quase como se Um Perfil Para Dois atualizasse a história de Cyrano de Bergerc para os dias atuais, misturando cultura pop e comédia leve.

Se Molière explora a alma humana e Claude Lelouch filosofa brilhantemente, essa comédia é uma farsa divertida e cheia de humor que não tem pretensão alguma de revolucionar o cinema e por isso dá certo. A modéstia de Pierre Richard é algo precioso e a humanidade que ele passa com seu personagem combina perfeitamente com a proposta do filme.

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