A Conexão Francesa

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"A Conexão Francesa" é bem menos violento do que estamos acostumados apesar de ser um filme de máfia

Um dia ensolarado e tranquilo em Marselha, no sul da França. Diversos carros e uma moto em particular seguem pela estrada que margeia a costa. Vemos ao fundo o Mediterrâneo, e nossa sensação de conforto só aumenta. A trilha sonora não é de perseguição ou aventura, está mais para o acompanhamento ideal de uma viagem de carro pela costa da França. Ah, este deve ser um daqueles costumeiros filmes franceses, com gente bonita falando francês, comendo queijo e bebendo vinho (vou ser malhada depois de ser clichê desse jeito…). Mas (porcaria de mas!) aí a moto acelera, freia em cima de um dos carros e seus ocupantes matam o desavisado motorista (que devia estar ouvindo a tranquila trilha sonora, como eu e você). Simples assim, “A Conexão Francesa”, filme francês dirigido por Cédric Jimenez e estrelado por Jean Dujardin (astro de “O Artista”), anuncia que, de bonito e calmo neste filme, só a paisagem mesmo (e Dujardin, lógico!).

O filme é baseado na história real da máfia francesa em Marselha no final da década de 1970. Outro filme já tratou do tema, apesar de ter um enfoque diferente: “Operação França” (1971), com Gene Hackman. O filme da década de 1970 é americano e puxou a sardinha da guerra ao tráfico de drogas francês para os americanos (que ficaram meio como os salvadores da pátria, pra variar). Não me entenda mal, o filme é incrível, ganhou Oscar de Melhor Filme, Hackman ganhou Oscar de Melhor Ator, e eu gosto muito dele. Mas o francês, que estreia hoje nos cinemas brasileiros, permite que os franceses resolvam suas picuinhas com as drogas sozinhos (ou quase, porque os americanos tiveram uma grande participação na resolução do problema, já que a droga francesa acabava nos Estados Unidos). O filme foca na atuação do juiz Pierre Michel (interpretado por Dujardin), considerado herói e tido como mito em Marselha, onde trabalhou para pôr abaixo a organização dirigida por Gaëtan “Tany” Zampa.

Apesar de “A Conexão Francesa” ser um filme de máfia (quando falo isso, na hora você pensa em muita morte e ação, né?), “A Conexão Francesa” é bem menos violento do que estamos acostumados. Ao invés de cenas de muita ação ou sangue, o filme tem um ritmo bem mais lento e focado nas tramas mais pessoais, familiares, até. A vantagem é que o filme é bem mais humano, os personagens não estão em pedestais como os fodões costumeiros de filmes desse gênero, e são mais profundos e bastante trabalhados. Por outro lado, o filme e suas 2h15 de duração podem ser um pouquinho chatos em alguns momentos, mas no geral são bastante instigantes e cheios de surpresas. E a fotografia do filme, os figurinos, a trilha sonora, a atuação do incrível Dujardin, e Marselha… estão todos incríveis.

Quer ver um filme de máfia diferentão neste fim de semana? Bom, tá aí a dica. E dá pra levar a família toda, incluindo a vó, pois o filme não tem muitas cenas horrorosas. Só explica pros chegadões em carros explodindo e cenas de perseguição incríveis que neste filme aqui o lance é outro.

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