A Verdade Nua e Crua

Onde assistir
"A Verdade Nua e Crua" utiliza, mais uma vez, antiga fórmula de comédias românticas

Mesmo que seus filmes prediletos sejam comédias românticas, numa coisa é preciso concordar: a receita de todas é muito parecida.

Ingredientes:
• Dois protagonistas que se odeiam;
• Um terceiro que entra para formar um triângulo amoroso;
• Uma aposta entre os dois primeiros;
• Um deles percebe que está apaixonado, porém…
• Um momento chave acontece. Nele, tudo parece irremediavelmente perdido entre o casal, até que…
• Um final surpreendente acontece, no qual os dois personagens ficam juntos e vivem “felizes para sempre”.

Pense em quantas vezes você já viu essa história. A receita se repete na maioria das comédias românticas de Hollywood.

“A Verdade Nua e Crua” não é diferente. O que varia um pouco são as entrelinhas de cada passo da fórmula e o carisma dos atores envolvidos.

Na trama, Abby Richter (Katherine Heigl, de “Grey’s Anatomy”) é uma bem-sucedida produtora televisiva que trabalha em um programa matinal. Como toda mulher bem-sucedida de comédia romântica, sua vida sentimental acabou relegada à segundo plano, deixando-a solteira, solitária e, de certa forma, infeliz.

Num de seus muitos dias tristes, seu gato acidentalmente aperta o controle remoto de sua TV e sintoniza no programa de Mike Chadway (Gerard Butler, de “300”). O programa, chamado “A Verdade Nua e Crua”, conta com um apresentador fanfarrão, que pretende desmistificar e contar verdades sobre os relacionamentos amorosos.

Ela fica indignada com o comportamento do apresentador, decide ligar para o programa e discute de forma implacável com Mike, no ar. A discussão acaba rendendo e, numa daquelas reviravoltas que só acontecem em Hollywood, ela é contratada para produzir o seu programa. Em plena crise econômica mundial, repare como foi fácil conseguir um emprego.

Daí para frente, o choque de egos dos protagonistas culmina numa aposta. Mike, expert em relacionamento, promete ajudar Abby a conquistar o vizinho. Mas desde que o gato fez a mágica da fada madrinha, já dá para saber qual é o príncipe encantado dessa história. E olha que a sinopse até aqui não chegou nem aos 20 minutos iniciais da história.

Não fossem pelas boas piadas que permeiam o roteiro e a química do elenco em cena, a trama teria pouco para prender a atenção. Mas Butler está tão bem no papel, que as verdades que proclama sobre o universo masculino fazem cair na risada. E Heigl, o clichê da feminista louca pelo machão, repete Meg Ryan, Doris Day e outras loiras espevitadas da tradição, numa boa interação com seu parceiro.

Dirigida por Robert Luketic, especialista no gênero (”Legalmente Loira”, “A Sogra”), “A Verdade Nua e Crua” não tenta esconder que é uma comédia romântica de receita tradicional. Leve, divertida, recheada por piadas – algumas mais sujas – e que, mesmo não acrescentando nada ao gênero, termina com um gostinho que agrada as massas.

Você também pode gostar...