Sabe aquele filme que não gera expectativa alguma e talvez por isso o surpreenda? Foi assim com “A Vida Secreta das Abelhas”, produção americana que chega aos cinemas curitibanos atrasada em relação aos cinemas nacionais.
Pode até ser que o filme se mostre esquecível com o tempo, mas enquanto a projeção dura, ele o prende, e o faz cheio de sutilezas e belas interpretações.
Na trama, acompanhamos Lily Owens, uma adolescente de 14 anos que, nos anos 60, foge de casa com a governanta e amiga Rosaleen. Ambas fogem, para deixar para trás a dura criação do pai da menina e da opressão contra Rosaleen, negra em meio a uma sociedade preconceituosa da época.
O plano de Lily é ir para uma cidadezinha descobrir algo sobre o passado de sua mãe. No caminho, ela encontra três irmãs criadoras de abelhas que a conduz por uma jornada inesquecível.
Através dessa premissa, um tanto conhecida do cinema, várias outras pequenas tramas são pinceladas. Desde o primeiro amor ao reconhecido racismo predominante da época retratada. Tudo com uma sutileza que nos faz torcer por aquelas personagens.
E a atuação do elenco encanta e comove. Dakota Fanning, se desfaz do mito ao redor de sua dramaticidade infantil, o qual dizia que a jovem atriz não conseguiria emplacar sucessos quando mais adulta. Paul Bettany faz um pai atormentado pelo seu passado. Enquanto o trio de proprietárias da fazenda de abelhas (Queen Latifah, Alicia Keys e Sophie Okonedo), embora totalmente diferentes uma das outras, conseguem passar um quê de maternidade para a menina.
“A Vida Secreta das Abelhas” é uma grata surpresa, repleta de mel e doçuras.