Quando vi Star Trek, em 2009, não era um trekker iniciado e o pouco que sabia sobre o cânone da franquia era de leituras e pesquisas na internet. Agora, para o lançamento de Além da Escuridão – Star Trek, quatro anos depois, me iniciei como fã da franquia assistindo aos dez filmes anteriores ao reboot e posso dizer que isso melhorou a experiência com os novos filmes.
Enquanto o primeiro filme de J.J. Abrams conseguiu rebootar e trazer um frescor para série, criando uma nova linha do tempo que não apaga os eventos anteriores, este novo capítulo da série mostra que a nova linha do tempo pode ter ‘ecos’ do passado, utilizando-se do vilão mais icônico e lembrado dentro do cânone clássico – interpretado por Bennedict Cumberbatch.
A escolha de Cumberbatch para o papel do antagonista John Harrisson se mostra acertada. Ele apresenta um vilão que é quase onipresente em tela (como o Coringa de Heath Ledger foi em Batman – O Cavaleiro das Trevas), mas ao mesmo tempo cheio de sentimentos e nuances. Algo que não foi alcançado com o vilão interpretado por Eric Bana no primeiro filme.
No longa, a tripulação da U.S.S. Enterprise está em uma nova missão onde é enviada para um planeta primitivo, que está prestes a ser destruído devido à erupção de um vulcão. Spock (Zachary Quinto) desce dentro do vulcão, onde deve deixar um dispositivo que irá congelar a lava incandescente. Entretanto, problemas inesperados fazem com que ele fique preso dentro do vulcão, sem ter como sair. Para salvá-lo, James T. Kirk (Chris Pine) ordena que a Enterprise saia de seu esconderijo no fundo do mar, o que faz com que a nave seja vista pelos seres primitivos que habitam o planeta. Esta é uma grave violação das regras da Frota Estelar, o que faz com que Kirk perca o comando da nave para o capitão Pike (Bruce Greenwood).
A situação muda por completo quando John Harrison (Cumberbatch), um renegado da Frota Estelar, coordena um ataque a uma biblioteca pública, que oculta uma importante base da organização. Não demora muito para que Kirk seja reconduzido ao posto de capitão da Enterprise e enviado para capturar Harrison em um planetóide dentro do império Klingon (conhecido na franquia), que está à beira de uma guerra com a Federação.
Há muita ação e reviravoltas, mas a melhora parte de Além da Escuridão – Star Trek continua sendo toda a interação entre os membros da tripulação. As situações vão do romance à amizade, confiança à solidariedade.
A fotografia de Daniel Mindel e a trilha de Michael Giacchino também ganham um destaque inesperado para um blockbuster deste tamanho.
Não há como prever o rumo que Star Trek tomará agora que J.J. Abrams assumiu a direção do episódio VII de Star Wars, mas se continuarem a reverenciar a franquia original, podemos acreditar que a série ainda terá vida longa e próspera nos cinemas e na TV.