O documentário Amizade, de Cao Guimarães, é uma obra que se destaca por sua sensibilidade e por capturar a essência das relações humanas ao longo do tempo. Através de registros espontâneos e memórias acumuladas ao longo de 30 anos, o filme oferece um olhar poético sobre a amizade e o envelhecimento.
Ao longo de 30 anos, Cao Guimarães documentou momentos íntimos e espontâneos de sua amizade com diversos artistas. O filme que resultou desse trabalho é um mosaico de registros variados, capturados em formatos que vão de filmes em super-8 e 35mm a telas de computador, fitas cassete e até mensagens em antigas secretárias eletrônicas.
Essas gravações são fragmentos de vida que, em sua simplicidade, revelam a beleza das pequenas coisas do cotidiano: ora poéticos, ora banais, alternando entre momentos de alegria desinibida e de melancolia profunda. Cada cena traz um vislumbre do processo de envelhecimento, da passagem do tempo e do fortalecimento dos laços humanos. As imagens documentadas resistem ao esquecimento das memórias do cotidiano dos seres humanos, pois, acima de tudo, o filme celebra a cumplicidade e a conexão que surgem ao compartilhar momentos únicos, destacando a importância de valorizar as relações que atravessam o tempo e deixam marcas na vida dos envolvidos.
O filme é uma homenagem à amizade, mostrando como ela se transforma e se fortalece ao longo dos anos. Cao Guimarães utiliza registros audiovisuais de momentos reais e cotidianos, criando uma narrativa íntima e pessoal.
O documentário aborda o tema do envelhecimento de forma sensível, mostrando como o tempo molda as relações e as memórias. A obra de Cao Guimarães é conhecida por sua linguagem visual poética, que se manifesta na forma como ele captura imagens e sons.
“Já que eu não podia trazer os amigos comigo para o Uruguai, eu os trouxe através de sons e imagens”. A frase dita por Cao Guimarães sintetiza a essência do filme: uma coletânea de momentos reais, registros espontâneos e memórias acumuladas ao longo de 30 anos. O longa reúne pequenos gestos e encontros que, juntos, formam um retrato íntimo e afetivo sobre amizade, tempo e partilha.