Nada mais justo que a Disney seja o estúdio por trás da adaptação cinematográfica do musical da Broadway Caminhos da Floresta, no Brasil. Afinal, quem melhor para reinventar o musical no cinema do que o estúdio que reimaginou quase todos os contos de fadas do mundo?
A Disney, juntamente com o diretor Rob Marshall transformam o universo do musical em algo um tanto quanto sombrio. A simples enunciação das palavras “Eu desejo!” trazem consequências neste mundo em que não há finais felizes, mas sim uma máxima: “vamos lidar com isso da melhor maneira possível.”
Foram décadas para que Caminhos da Floresta alcançasse as telas, em parte devido a dificuldade de se adaptar um musical famoso. Há diversas dificuldades envolvidas. Você tem que encontrar o diretor correto, o elenco certo e dar o tom que una todas as partes. Ironicamente, este é o melhor momento para o filme estrear, uma vez que houve nos últimos anos uma nova leva de contos de fada sendo reinventada nas telonas.
Dos diretores atuais, Rob Marshall se prova o mais indicado para a tarefa de adaptar o musical. Ele entende o que é necessário para a fluidez entre cenas e músicas, e o sucesso de Chicago comprova isto. Quem temia que Marshall não conseguisse segurar a Disney numa limpa nos temas mais polêmicos do musical (morte, abusos sexuais e casos extraconjugais) se enganou.
Mas o grande trunfo desta produção é a presença de Meryl Streep como a bruxa “má”. Ela não está perfeita nos vocais, mas consegue evocar Bernadette Peters (que protagonizou o musical na sua estreia nos anos 80). Não é à toa que o papel rendeu a 19ª indicação para Streep.
O resultado é bastante satisfatório. Um elenco entrosado, bastante inspirado no material original e cujo qual não sofre de tantos altos e baixos. Não é melhor do que Chicago, mas com certeza é o conto de fada mais corajoso da Disney.
Caminhos da Floresta
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