Certo Agora, Errado Antes

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Quantas vezes não desejamos ter uma segunda chance pra desfazer alguma burrada? Ou desdizer algo do qual nos arrependemos muito depois? Em Certo Agora, Errado Antes, novo filme do sul-coreano Sang-soo Hong, os personagens têm a chance de fazer certo na segunda tentativa. Mas será que eles conseguem, se é que existe certo e errado?
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O filme começa com um letreiro que diz Certo Antes, Errado Agora, que não é o título do filme e já te deixa intrigado de cara. Na sequência, acompanhamos Ham Cheon-soo (Jae-yeong Jeong), um diretor que viajou de Seul para a cidadezinha de Suwon para apresentar seu novo filme, mas chegou adiantado e está matando tempo. Em seu passeio por um antigo palácio ele conhece Yoon Hee-jeong (Kim Min-Hee), uma jovem pintora que está com cara de quem está também matando tempo. Os dois conversam, aí vão para um café, depois para o ateliê dela, depois jantar, e acabam a noite na “festa” de uma amiga de Hee-jeong. No outro dia, o diretor apresenta seu filme e vai embora. Acabou-se a primeira hora, mas não o filme.
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Oi? É, você ouviu bem. Depois dessa primeira hora curta, mas arrastadíssima, você acaba até tomando um susto quando um novo letreiro aparece na tela, mas agora anunciando ” Certo Agora, Errado Antes”. A-ha! Depois de um pulo na cadeira, fiquei até animada pra ver o que ia acontecer. Basicamente, acompanhamos os dois personagens em suas desventuras, mas com um enfoque diferente. Agora não ouvimos mais os pensamentos de Cheon-soo (ainda bem, porque ficar ouvindo ele pensar coisas do tipo “Ah, ela é tão linda, tão magra, tenho que ir com calma” tava complicado), e ele parece literalmente vomitar tudo que pensa a respeito das coisas. No ateliê de Hee-jeong, ele agora não mede as palavras na hora de dizer o que pensa da arte dela. E ela não disfarça e nem tenta ser apropriada, como manda o figurino, e isso passa a ser bem mais divertido que a primeira parte do filme, que foi morna e me deu sono, com personagens que não conseguem expressar seus sentimentos.
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As duas partes têm basicamente as mesmas cenas, algumas falas são muito parecidas, mas a câmera mostra diferentes aspectos, principalmente quando o filme quer enfatizar os sentimentos dos personagens. Uma cena que me intrigou bastante foi a do quadro que Hee-jeong está pintando. Na primeira parte, ela aparece aplicando as pinceladas na obra, e podemos conferir o resultado. Na segunda parte, não conseguimos ver o quadro, a câmera está posicionada de maneira que acompanhemos a cena toda por detrás da tela. E como a garota está aplicando uma cor diferente na obra (na primeira parte do filme a tinta era rosa, e agora é verde), vou ter que passar minha vida toda sofrendo porque a câmera não me mostrou o quadro! Argh!
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O filme é bem interessante, vale a pena conferir, ainda mais porque você ganha duas versões de uma mesma história. Quem dera as histórias na vida da gente pudessem ter também uma segunda versão, né não? Mas enquanto não rola essa tecnologia aí na vida real, bora conferir o filme coreano onde isso é possível.
Nota:

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