Chama a Bebel

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"Chama a Bebel": eu consigo fazer sozinha

Bebel (Giulia Benite) é uma jovem cadeirante que mora com a mãe e o avô no interior. Para continuar seus estudos, ela acaba se mudando para a cidade grande, onde novas adversidades passam a fazer parte de sua vida, começando com sua tia Marieta.

Na escola, seu engajamento nas questões ambientais faz com que rapidamente ela exerça uma certa liderança. No entanto, um poderoso magnata local não gosta nem um pouco desse ativismo a favor do meio ambiente na sua região.

O filme acompanha a jornada da garota, que tem que se mudar do interior para a cidade grande, por causa da escola. A personagem enfrenta as dificuldades de um ambiente desconhecido, desafia estudantes populares do colégio e até um inimigo poderoso, um empresário da cidade que faz testes laboratoriais em animais, para defender suas causas. Mudar hábitos e comportamentos é sua meta e a sustentabilidade é seu princípio orientador.

Giulia faz uma protagonista forte e decidida pelos seus atos e falas, o roteiro utiliza de seu empoderamento para bons diálogos e diversos elementos sobre meio ambiente, com bastante naturalidade, frases de efeito aparecem mas não de forma forçada.

Além disso, ela traz toda a fragilidade de um momento como esse, de precisar se encontrar em uma nova casa, com os novos amigos e colocar sua causa em prática. O novo núcleo familiar é heterogêneo ao compararmos com a mãe (Larissa Maciel) e o avô (José Rubens Chachá) que ficaram no interior cuidando da lanchonete da família.

O grupo de meninas que implicam com ela, ou fazem bullying, com Bebel, bebe da fonte de Meninas Malvadas (2004). Temos a popular que tem suas seguidoras, a única diferença é que Rox (Sofia Cordeiro) bonita e maldosa, lidera o grupo, lembra Regina George.

A pauta ambiental é o principal tópico aqui, mesmo com dois núcleos familiares, o filme sempre tem uma forma de trazer esse tema de volta, seja pela construção do projeto, novas atitudes do colégio e avanço da história, meio que todos os outros assuntos são ignorados.

A história segue a linearidade de uma forma segura, direcionado ao público adolescente, com elementos estruturais e com a escola como o cenário principal, sem grandes mudanças, com poucos pontos de respiro.

Mesmo com as variações de temáticas dentro do meio ambiente, o filme foca apenas na protagonista mesmo sem profundidade pra gerar o vínculo, deixando todos os outros personagens secundários, rasos, caricatos e aparecendo pelo mesmo motivo.

E falta peso em cenas dramáticas, principalmente as que envolvem o bullying com Bebel (que é PCD), as fake news que a envolve nos atos finais, são bem graves para não terem uma resolução plausível ou no mínimo adequada para uma história que se passa em um ambiente escolar, faltou seriedade, e dar o exemplo.

Chama a Bebel se destaca pelos temas abordados e pela boa atuação de Giulia, se houvesse uma maior preocupação com os temas ao redor do ponto principal, seria um longa interessante.

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