Três crianças, Jack (19), Lisa (17) e Mathis (10) perdem o pai e precisam lidar com a situação. Jack se torna o guardião de Mathis, que não está aceitando nada bem a perda. Ao tentarem fazer a situação funcionar, as crianças do título enfrentem uma montanha-russa em seus relacionamentos e vida pessoal.
O diretor Christophe Blanc usa do delicado momento da família para extrair interpretações convincentes do trio de personagens. No entanto, Blanc tenta abraçar o mundo, enquanto devia se manter em uma trama mais simples e com menos desdobramentos.
Ao longo do filme, algumas das subtramas se perdem ou são trabalhadas de maneira muito rasa. Uma pena, já que o investimento técnico e a direção de atores é soberba.
Crianças ainda assim é um filme comovente e por vezes dinâmico, permanecendo intrigante por boa parte do tempo. Essa mistura permite que verdades importantes aos personagens sejam trazidas à tona sem que o longa se transforme em um melodrama.
O filme funciona melhor quando foca no impacto da perda dos pais dos personagens principais. Mas falha miseravelmente a partir do momento que tenta englobar diversas linhas narrativas, tentando fazer a história parecer mais detalhada e envolvente.
Diminuir a trama para poucas linhas narrativas faria de Crianças um filme mais coerente e até mais complexo. Do jeito que está, ele funciona pela metade. Mas poderia ser bem melhor!