Dois Rémi, Dois

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Dois Rémi, Dois é diferente de quase tudo que já tive a oportunidade de assistir. Eis uma comédia dramática inspirada em um conto de Dostoiévski, O Duplo, em que um funcionário se sente oprimido pela divergência entre a expectativa que tem de si mesmo e a realidade, começa a ver um “duplo” de si, a conviver com ele, o que pode levá-lo à loucura.
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Aqui temos uma versão francesa nas mãos do diretor Pierre Léon em que Rémi (Pascal Cervo) é um rapaz tímido, levando uma vida pacata com seu irmão, Philippe (Serge Bozon), e sua namorada, Delphine (Luna Picoli-Truffaut). Ele trabalha em uma empresa de proteção aos animais espirituosamente chamada Chat va bien? – uma brincadeira com a frase francesa Ça va bien?, que significa “Tudo bem?” e a palavra chat, que significa “gato”.
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Um belo dia, Rémi começa a ver um rapaz com aparência igual à sua, porém com qualidades e defeitos bem distintos. O Rémi Dois é extrovertido, ambicioso, debochado, um tanto malvado. De início, está tudo bem – na medida do possível –, pois só Rémi o vê. Mas Rémi Dois começa a trabalhar em sua empresa, a ir atrás de sua namorada, a realmente assumir o lugar de Rémi Um, inclusive sendo chamado de Rémi, enquanto o original é deixado de lado como o “outro”.
Rémi fica emocionalmente abalado e psicologicamente confuso – assim como nós, telespectadores, ansiando por uma explicação e um desfecho para essa história. Bom, mas se até Dostoiévski ficou confuso com sua própria trama, dá um descontinho! rs
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O filme é bem construído, com uma música com um tom espirituoso e debochado. A ironia de ser substituído por seu duplo chega a ser engraçada, embora trágica. Mas vale a pena assistir esse filme de curta duração – só 1 hora – que traduz um sentimento tão comum às pessoas: o secreto desejo de ser mais bonito, mais inteligente, mais determinado, mais, mais, mais… perfeito.
Nota:

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