Cara, o título desse longa é uma piada – pelo menos para nós, mulheres. Pra você entender e compactuar com meu sofrimento, Donas de Alegria faz referência às três personagens principais do longa dirigido por Anne Paulicevich e Frédéric Fonteyne: Axelle, Conso e Dominique, três prostitutas que vivem na fronteira entre França e Bélgica, e cruzam a fronteira para se prostituir, todos os dias, em território belga.
Então, amiga, Donas de Alegria pra quem? Pois é, não pra elas, com certeza. E conforme o longa vai se descortinando – sabia que uma hora dessas eu ia conseguir usar esse palavrão, ha! –, vamos notando que a vida dessas personagens é tudo menos feita de alegria.
Pra você ter uma ideia, amiga, Axelle tem três filhos, um ex-marido abusivo que continua no pé dela, e uma mãe horrorosa. E ela trabalha o dia inteiro – se prostituindo, e vamos ser realistas, ela odeia isso com todas as forças – pra chegar em casa e tentar ser uma mãe no tempo que ela tem disponível. E quando você acha que Axelle tem uma vida difícil, e Conso e Dominique devem ter uma vida mais tranquila, você leva uma rasteira do filme.
Mas o filme não é feito apenas do drama da vida difícil das personagens – a amizade e o companheirismo dessas mulheres é o motor desse filme. E, pensando na cena de abertura e encerramento do filme, elas chegam a extremos para defender umas às outras. E isso, pra mim, espero que pra você também, amiga, é amizade.