Donzela

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"Donzela" até se esforça e apesar do belo protagonismo feminino acaba sendo um filme bem fraquinho

A história é boa, essa fuga do conto de fadas é sempre bem-vinda, nem tudo precisa de romance para ser bom, o protagonismo feminino então é algo que eu adoro, ainda mais quando elas lutam, fazem e acontecem sem depender de ninguém para isso. E aqui a “donzela” Elodie (Millie Bobby Brown) representa bem isso desde sua primeira aparição no filme, mas o roteiro é o que mais deixa a desejar ao longo do filme todo, uns furos aqui e ali, além do fato de ser totalmente previsível.

Para os mais velhos eu diria que esse filme é um típico “Sessão da Tarde”, mas não daqueles incríveis e sim um daqueles bem fraquinhos que você assiste porque tem a tarde livre e daqui um tempo quanto te perguntarem sobre o filme você nem vai lembrar mais.

Pode ser que eu não tenha gostado tanto assim do filme, apesar de ter achado que é um bom filme. O fato de eu não ser fã da Millie Bobby Brown que na minha opinião só esteve bem nas primeiras temporadas de Stranger Things, como Eleven na primeira, segunda e terceira ela esteve perfeita. Depois a própria série acabou caindo um pouco de qualidade, os demais filmes que vi com ela achei que estava sempre igual, mesma cara, atuação fraquinha e aqui não foi diferente, apesar de protagonista ela acaba não convencendo, e aí além da atuação mesmo entre também o trabalho da direção e do roteiro, que não ajudaram muito.

Mas o filme tem vários momentos legais, bons, tem uma boa ação, tem um Dragão bem legal (em alguns momentos, em outros o efeito estava bem estranho, ruim), gostei do fogo, achei diferente, parecia lava. A produção em si visualmente é boa na maior parte do tempo.

O ponto alto do filme realmente é o protagonismo feminino, o fato da donzela não ser indefesa, ficar esperando o príncipe encantado para salvá-la, ela se virar sozinha contra tudo e todos, isso eu gosto e precisamos de mais filmes assim, mesmo tendo sido fraco como um todo, essa parte é legal e o filme acaba sendo um bom passatempo, nada “uauu”, mas quando acaba você não fica com a sensação de “poxa, perdi meu tempo” e eu já considero isso uma vitória.

Mas se querem um filme com princesa porreta e realmente bom, assistam A Princesa (2022) com Joey King, é um filme com mais ação, também sem conto de fadas, lutas muito bem-feitas, diversão e sangue, Joey King vocês já devem ter visto em filmes como Invocação do Mal, O Ato, Trem-Bala, e na trilogia A Barraca do Beijo, particularmente eu acho a Joey uma atriz com muito mais talento que a Millie.

Porém tanto em A Princesa como em Donzela temos o mesmo problema, direção e roteiro feito por homens, e ok os caras quererem fazer uma mulher forte, destemida e independente lutando contra tudo e todos, mas acho que vocês vão concordar comigo quando digo que com mulheres na direção e no roteiro a coisa teria fica muito, muito melhor, afinal quem melhor do que uma mulher para saber o quanto e como uma mulher luta, não é mesmo?

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