Como começar a falar de Dorival Caymmi? Sim esse é um questionamento. Realmente palavras faltam, não por falta de conhecimento de vocabulário, mas sim pelo encantamento que Caymmi causa e sobre tudo o documentário em questão. Traz sentimento de doçura e satisfação, sentar em frente a uma tela pra ver essa obra.
A quem fala de Caymmi, seja, Caetano, Gil, filhos, nora ou neto é possível sentir que realmente ele era puro afeto. Ao próprio que faz questão de explicar que aprendeu a gostar de si mesmo, gostando dos outros. Um homem de zelo pelas palavras e de grande paixão pela vida e pela natureza.
No documentário com a competente direção de Daniela Broitman é possível perceber o zelo do biografado por perceber a necessidade de trazer a natureza pra perto, através do encantamento que ele tem pelo mar, pelo vento e por sua terra a Bahia. Bebendo na fonte de uma outra produção a respeito do cantor e compositor, uma entrevista cedida em 1998, Daniela faz um excelente casamento dos relatos de Dorival e de seus admiradores com belas imagens do que é dito, fazendo assim quem assiste, admirar o mar, a Bahia, Copacabana e por aí vai.
Caymmi é um envolvente contador de histórias, Caetano que bem o define, as entonações de fala de Dorival na melodia de suas produções, criando um jeito único de poetizar as canções e de um jeito único de preferir ser interprete, pois uma nova voz pode carregar uma outra leitura.
Caymmi projetou a Bahia para o mundo através de Carmem Miranda e de suas músicas, fez a Roma Negra se tornar tão conhecida e icônica, e Daniela Broitman projeta as impressões de Caymmi e dos seus que o definem de maneira generosa, para que possamos ver o quanto esse poeta cantante deve ser admirado. Uma peculiaridade que gostaria que Caymmi soubesse, eu também amo o som do mar.