Pena Dourada é um jovem águia criada entre galinhas. Mesmo entendendo que é diferente, ele cresce acreditando que não pode voar. O peso dessa concepção acompanha o protagonista até o dia em que, junto com sua irmã adotiva Catraca, decide partir para Bird City. Lá, em meio a aventuras e muitas descobertas, ele começa a entender quem realmente é e o que significa pertencer.

Dirigido por Dong Long e Nigel W. Tierney, com roteiro de Robert N. Skir e Jeff Sloniker, o filme aposta numa narrativa clássica: a busca pela identidade e pelo próprio lugar no mundo. Como toda fábula, Pena Dourada fala sobre coragem, propósito e o valor dos laços familiares, especialmente daqueles que nascem não do sangue, mas do cuidado e da presença.
Ainda que a mensagem central seja bonita, o filme não vai muito além. Em alguns momentos há excesso de elementos, em outros, falta deles. O resultado é um ritmo que oscila entre o confuso e o previsível, deixando o espectador um pouco distante da emoção que o enredo promete.

O roteiro infelizmente contribui mais para os defeitos do que para as qualidades do longa: é uma história que poderia ser contada com qualquer animal e ainda assim manteria o mesmo sentido. Falta um motivo mais profundo para que sejam pássaros. Por outro lado, visualmente, a animação é agradável, ainda que não marcante. Os cenários lembram a ambientação de jogos digitais, bem construídos, mas sem grande impacto estético.
Mesmo com essas limitações, Entre Penas e Bicadas tem seu mérito. É um filme que fala sobre pertencimento, sobre reconhecer limites e, principalmente, sobre o momento em que decidimos tentar ir mais longe, e realmente alçar voo, mesmo que o mundo inteiro insista em dizer que não podemos.




