Que tal um drama francês para movimentar a semana? O novo longa da diretora Delphine Deloget, Tudo ou Nada, está completamente recheado de movimentos conflitantes que nos prendem à tela do começo ao fim do filme.
Sylvie é mãe solteira de dois meninos, Jean-Jaques e Sofiane. Uma noite, enquanto está trabalhando, antes que o filho mais velho chegue em casa, Sofiane sofre um acidente doméstico. Alguns dias depois, passado o susto, Sylvie descobre que o parecer médico e policial sobre o ocorrido resultam no encaminhamento do caçula para um lar temporário.
Aqui temos um longa que demonstra muito bem a fórmula do sucesso para grandes histórias. Primeiro, é um retrato da vida real, daqueles que nos fazem pensar em pessoas que conhecemos e que viveram algo parecido. Afinal, quem não conhece alguém que poderia se beneficiar de uma rede de apoio para o dia a dia?
Esse retrato é o ponto que melhor amarra todos os elementos que compõem o filme: a trama inteligente, com um plot twist no final que não é esperado; os diálogos simples, sinceros, verdadeiros; a atuação das atrizes e atores (impecável); os cenários, modestos, adequados, bem caracterizados.
Em segundo lugar está a edição criativa. A sequência das cenas que dita como a história é contada, e principalmente, o que revelar sobre cada personagem e sua vida juntos, e em qual momento, é o elemento que mais confere veracidade ao filme como um todo. Depois de assistir, você vai entender, mas é literalmente aquela velha frase “nunca é uma coisa só”, quando falamos sobre as dificuldades que surgem na nossa rotina.
Em terceiro lugar, a direção feminina de uma narrativa interpretada por uma personagem principal mulher, mãe solteira de dois meninos, irmã do meio de dois homens. Enfim, só aqui já dá para ter uma base de como o olhar sobre essa história foi extremamente assertivo, não é mesmo?
Fica então a única e mínima ressalva: é importante lembrarmos (nós, espectadores não-franceses) que este é um filme internacional, que retrata tudo dentro do contexto europeu, então podemos pegar leve na impressão que um “abrigo” para menores afastados da família nos causa.
Corram pegar a pipoca, esse é dos bons!