Estranho Caminho

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"Estranho Caminho": Uma jornada poética e intimista

Estranho Caminho é um filme brasileiro que nos convida a uma profunda reflexão sobre as relações familiares, a passagem do tempo e a busca por identidade. Dirigido por Guto Parente, o longa-metragem possui uma narrativa poética e visualmente rica, transportando o espectador para uma jornada introspectiva e repleta de emoções com uma relação pai e filho sob a lupa.

A trama gira em torno de David (Lucas Limeira), um cineasta que retorna à sua cidade natal após anos em Lisboa para apresentar seu mais recente filme em um festival. A volta à casa, no entanto, se torna uma oportunidade para reencontrar seu pai (interpretado por Carlos Francisco), com quem mantém uma relação distante há anos. A partir desse encontro, o filme explora as nuances dessa relação complexa, marcada por silêncios, ressentimentos e a dificuldade de comunicação, em uma atmosfera digna de David Lynch e com lampejos de Ingmar Bergman.

O que mais chama a atenção no longa é a sua capacidade de transformar um tema tão universal como a relação pai e filho em uma experiência cinematográfica única. A direção de Guto Parente é impecável, com planos sequência longos e uma fotografia que captura a beleza e a melancolia da paisagem. A trilha sonora original, por sua vez, intensifica as emoções e acompanha o protagonista em sua jornada interior, transformando o longa em uma poesia em movimento.

Além de abordar a dinâmica familiar, o filme também faz uma reflexão sobre a sociedade contemporânea e os desafios que enfrentamos. A pandemia de Covid-19, que serve como pano de fundo para a história, funciona como um catalisador para as emoções dos personagens e destaca a importância dos laços afetivos em tempos de isolamento. É um olhar crítico sobre a realidade.

Estranho Caminho nos convida a desacelerar e a olhar para dentro de nós mesmos e refletir. A história de David e de seu pai é um espelho que reflete nossas próprias experiências e nos faz questionar nossas relações com as pessoas que amamos. É um filme que emociona, inquieta e, acima de tudo, nos faz pensar.

Em resumo, é uma jornada poética e visualmente rica em uma exploração profunda das relações familiares e uma reflexão sobre a sociedade contemporânea, buscando em seus 83 minutos mostrar sentimentos perdidos, até mesmo escondidos. Os atores Lucas Limeira e Carlos Francisco entregam performances marcantes. A direção de Guto Parente é muito boa. A forma como ele utiliza a linguagem cinematográfica para contar a história é peculiar. E a trilha sonora contribui para a atmosfera do filme e a relação entre o filme e a realidade, com a pandemia de Covid-19 como pano de fundo e a relevância do tema são no mínimo interessantes.

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