Feriado Sangrento é um filme de terror slasher dirigido por Eli Roth. A trama se passa em Plymouth, Massachusetts, onde surgiu o feriado de Ação de Graças. Eli Roth é um grande fã de filmes de terror e a história por trás da criação do longa é especial. O trailer foi originalmente lançado em 2007, como parte da promoção de À Prova de Morte e Planeta Terror. O trailer foi um sucesso instantâneo, e os fãs de Roth começaram a pedir que ele transformasse a prévia em um filme completo.
Roth levou anos para desenvolver o roteiro do filme. Ele queria criar um filme que fosse fiel aos slashers clássicos, mas que também tivesse sua própria identidade. Apesar de parecer inicialmente uma paródia, na realidade, opera como uma crítica ao consumismo.
A trama se inicia com uma sequência cruel e caótica na madrugada de Ação de Graças, quando a Black Friday está prestes a começar. Centenas de consumidores revoltam-se após um grupo de jovens furar a fila e entrar na loja, desencadeando uma reação em cadeia que leva a população a invadir o estabelecimento. A violência generalizada se instaura entre consumidores enlouquecidos em busca de produtos em promoção, como Airfryers e outros itens.
Quando o grupo de adolescentes principal — o valentão Evan (Tomaso Sanelli) e sua namorada Gabby (Addison Rae), o divertido Scuba (Gabriel Davenport), a imigrante russa Yulia (Jenna Warren), o arremessador prodígio Bobby (Jalen Thomas Brooks) e sua namorada, nossa protagonista final girl Jessica (Nell Verlaque), filha do dono da loja — entra pelos fundos da Right Mart, loja do pai de Jessica, Thomas (Rick Hoffman) e enfurece a multidão, que decide quebrar os vidros e invadir.
Começa um caos. Na confusão diversas pessoas morrem, incluindo a esposa do gerente Mitch (Ty Olsson) e um segurança local. Bobby quebra o braço e perde seu futuro no baseball profissional, o xerife Eric (Patrick Dempsey) é criticado e assim vai…
Um ano depois dos acontecimentos vemos o grupo de jovens e diversos outros moradores da cidade sendo mirados pelo assassino mascarado e seu plano doido. Jessica, o novo namorado Ryan (Milo Manheim) e os colegas, começam a receber ameaças, e já sentem que serão os próximos alvos do psicopata que começa a sequestrar e esfaquear geral. Enquanto isso, o Xerife Newlon começa a investigar os crimes logo quando as pessoas começam a desaparecer.
Em suma, ao melhor estilo Pânico, todos têm motivos para tomar a máscara de John Carver (considerado um dos pais do Dia de Ação de Graças e um dos primeiros líderes americanos na época que o país era uma colônia), vestí-la como um peregrino e começar a matar os responsáveis pelas mortes e confusão, focando nos adolescentes e em outras figuras-chave. Do corre-corre para comprar os produtos até os alimentos típicos da data, como peru e molho de cranberry, Feriado Sangrento diverte pelo uso criativo de todos esses costumes, mas nenhum supera a concepção do assassino, e de suas ações mortais grotescas.
Roth nunca foi tímido na violência. Se o começo de Feriado Sangrento é maluco, a sensação que fica é que as mortes, e as peripécias que o assassino faz, só escalonam ao longo do filme, na medida que as motivações e os planos do mascarado são revelados aos poucos. Por mais que o roteiro de Rendell tente desviar as pistas, e apontar o dedo (ou seria a faca de cortar peru?) para todos os personagens, o longa resolve focar mais nas cenas que os personagens morrem.
O filme é simplesmente uma diversão sangrenta que merece um lugar entre os grandes slashers de feriado. Este slasher é muito bem realizado, com cenas de violência criativamente asquerosas e personagens memoráveis. A história é bem estruturada, com um mistério envolvente que mantém o espectador adivinhando até o final. Os personagens são bem desenvolvidos e carismáticos, e a química entre o elenco é evidente. As cenas de violência são brutais e gráficas, mas também são muito inventivas. O assassino, John Carver, é um personagem icônico com uma máscara original e um plano de vingança macabro.
No entanto, o longa de 1h46 tem alguns problemas, como uma estrutura um pouco confusa no terceiro ato e uma revelação do assassino que não é tão surpreendente quanto poderia ser, onde parece que Rendell e Roth tiraram o peru do forno um pouco antes da hora programada. No entanto, esses problemas são menores do que os pontos fortes do filme.
De Freaky – No Corpo de Um Assassino para Pânico 6, até Dezesseis Facadas lançado alguns meses atrás e com referências e enquadramentos tirados de Halloween, Feriado Sangrento se junta nessa nova leva que abraça o lado mais pirado e satírico de termos um bando de jovens sendo perseguidos por um assassino mascarado com planos mirabolantes, equipamentos de vigilância de última geração e tempo de sobra para stalkear as vítimas on line e aterrorizar com mensagens, fotos, vídeos e até mesmo uma live bizarra pelo celular.
Feriado Sangrento certamente vai agradar aos fãs do gênero com um farto banquete de terror, tanto que Eli Roth já garantiu uma sequência para 2025. Além do mais, merece um lugar entre os grandes slashers de feriado, como Dia dos Namorados Macabro, Natal Sangrento e, claro, Halloween.
O Dia de Ação de Graças pode não ser tão popular no Brasil, mas quem curte terror agora tem mais um motivo para ser grato. Thanksgiving (título original) possui classificação indicativa de 18 anos.
