Filho de Boi

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“Filho de Boi”: A comovente história de como a arte consegue transformar uma vida

Aqui vão algumas informações rápidas sobre o filme:

  1. Longa de estreia do diretor Haroldo Borges.
  2. Foi exibido no Festival de Cinema de São Paulo e em Busan, na Coreia do Sul.
  3. Participação majoritária da população local como não atores.
  4. O diretor utilizou técnicas de documentário na produção do filme.
  5. Toca em assuntos bastante atuais em nossa sociedade, principalmente o machismo e a visão marginalizada da arte.

 
Qual a história de “Filho de Boi”?

Em Filho de Boi, João tem 13 anos e mora no sertão baiano. O vínculo com o pai foi rompido e ele não tem amigos. Sonhando em fugir dali, o jovem vê grande oportunidade quando um pequeno circo chega à cidade, apaixonando-se pela a atração no processo.

A captura de emoções reais de pessoas reais

Apesar de ser o seu primeiro longa-metragem, Haroldo Borges já é um cineasta experiente. E a temática de circo parece ser preciosa para esse diretor estreante. Em 2015, Borges foi roteirista e diretor de fotografia do documentário Jonas e o Circo sem Lona. Isso talvez explique a maravilhosa construção daquele universo circense, que presenciamos ao assistir Filho de Boi.

Suas experiências com o documentário talvez ensinaram Borges a extrair emoções naturais das pessoas. E para esse filme, o diretor optou por um elenco de não atores, um termo para pessoas que não possuem experiência artística relevante, ou nunca atuaram na vida.

Uma outra escolha técnica de Borges, também emprestada da produção de documentário, foi filmar as cenas sem que os atores/não atores tivessem lido previamente o roteiro. As pessoas envolvidas nas cenas iam juntos construindo camada por camada, adicionando emoções em gestos livres e sinceros.

Esse é um processo de direção bastante conhecido quando se trabalha com atores com pouca ou nenhuma experiência, porque isso os liberta de um processo engessado que o roteiro infelizmente proporciona. Atores profissionais não são afetados por essas limitações, porque conseguem extrair sentimentos de textos simples. Já para quem não possui essa vivência, a atuação se torna desafiadora. Atuar requer estudo e dedicação, e na ausência desses, uma direção consistente, como a de Haroldo Borges, consegue extrair “leite de pedra”.

Vale a pena ver “Filho de Boi” nos cinemas?

Apesar do filme possuir um título pouco atrativo, o que pode afastar pessoas acostumadas com apresentações comerciais de maior impacto, Filho de Boi consegue conquistar o público com sua história altamente comovente.

O nosso país tem dimensões geográficas continentais, englobando visões de mundos diferentes, e mesmo assim a história conseguiu tocar em dramas universais. Por isso não se deixem levar pela “estética da fome” que muitos torcem o nariz. Filho de Boi é uma daquelas obras que aquecem o coração e nos fazem chorar.

As atuações, mesmo de não atores, são vívidas e reais! Você vai sair do cinema com o pensamento no personagem do menino que queria fugir com o circo, e se perguntando se ele conseguiu de fato ser feliz.

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