O cineasta Martin Talbot, responsável por Henri Henri, merece pontos por sua ambição e ousadia. Em seu primeiro trabalho como diretor, ele tentou criar uma espécie de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain de Quebec.
Se ele conseguiu? Não totalmente, mas o resultado é algo diferente do que costumamos ver sendo lançado nos cinemas, e isso, obviamente, é algo bom.
Henri – interpretado com um charme ingênuo pelo ator Victor Andres Turgeon-Trelles (Por l’amour de Dieu) – é um personagem estranho. O tÃtulo do filme se deve ao fato de que ele não faz ideia de qual é o seu sobrenome. No inÃcio, nós o encontramos no convento onde cresceu, prestes a receber o maior choque de sua vida.
As irmãs venderam o convento para um corretor imobiliário que está esvaziando o local e é surpreendido com este rapaz vivendo em meio às freiras. Eles dizem que Henri deve deixar o local, fazendo com que ele fique completamente confuso. Ele não tem ideia do que fazer nem pra onde ir. Logo, ele vaga pelas ruas com um leve torpor tentando descobrir o seu lugar no mundo.
No convento, responsável pelas lâmpadas e fiações elétricas, ele não se cansava de repetir seu lema de vida: Ele gosta de trazer luz para a vida das pessoas. E é isso que ele consegue fazer com o público, se você se deixar levar pela ingenuidade do longa.
Talbot consegue, através de enquadramentos inspirados e uma fotografia irradiante, apresentar personagens interessantes dentro de suas estranhezas e peculiaridades, mas o espectador depende de uma mente aberta para aceitá-los.
É nessa ingenuidade que você precisa acreditar para se deixar levar pelo longa. Ele usará a luz como metáfora para iluminar o seu rosto com sorrisos e, por vezes, até lágrimas.
Nota:
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Henri Henri
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