Meu Amigo Robô

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"Meu Amigo Robô": Uma jornada encantadora sobre amizade e autoconhecimento

Filmes inspirados em livros são uma ótima pedida durante a semana, e com Meu Amigo Robô, uma produção Ibérica-Francesa, você não vai se decepcionar!

Sara Varon é a autora de quadrinhos responsável por esta fábula que o diretor e roteirista Pablo Berger transformou em longa. O filme mostra a vida solitária de Cão mudar totalmente quando ele encomenda Robô para lhe fazer companhia. A amizade dos dois é instantânea, até que depois de um dia na praia, Robô se torna rígido e enferrujado pela água do mar, e Cão é obrigado a deixá-lo lá sem saber se irá reencontrar o amigo.

Assim como o livro não tem texto, o filme não tem falas, e se isso representava um desafio na construção das imagens, ao assistir vemos como foi completamente superado, pois a animação é impecável.

Essencialmente, esta é uma história que retrata a amizade, a fragilidade desse relacionamento que precisa de dedicação e comprometimento, mas não necessariamente proximidade ou constância na rotina. Outros conceitos que ela ilustra são a solidão, inseguranças, esperança e sonhos, mesmo quando eles vêm de um robô. Na verdade, talvez essas sejam as partes mais interessantes do filme, não só pela representação ter ido muito além da quebra da quarta parede, mas principalmente porque, enquanto Robô está sozinho, ele delira sobre reencontrar Cão, e seus delírios são parecidos com o do amigo: envolvem dúvidas sobre a falta que um faz ao outro e o desejo pelo reencontro.

Para reforçar esses conceitos, alguns clássicos do cinema são vistos no filme, sendo que o mais evidente deles é O Mágico de Oz. É com essa referência tão forte que a narrativa indica como às vezes estamos exatamente onde deveríamos, pois mesmo quando está impossibilitado de se mexer, Robô testemunha coisas incríveis que acontecem ao seu redor, ou ainda como pequenas mudanças e aprendizados nos fazem crescer pessoalmente, mas o que realmente precisávamos para isso já estava dentro de nós, como Cão percebe ao se negar a voltar para sua vida solitária e buscar novas amizades e coisas para fazer.

Ao final percebemos como a trilha de tijolos amarelos não é o único caminho que existe para ser percorrido em direção aquilo que nos faz verdadeiramente felizes, e os amigos e boas recordações que colhemos ao longo do caminho permanecem conosco mesmo quando optamos por seguir uma nova trilha.

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