No Submundo de Moscou, dirigido por Karen Shakhnazarov, é uma comédia histórica leve e divertida que te leva a um passeio pela Moscou de 1902. O filme acompanha o famoso diretor de teatro Konstantin Stanislavsky (Konstantin Kryukov) em sua busca por inspiração para uma nova peça. Para isso, ele se aventura no submundo da cidade, o bairro de Khitrovka, conhecido por sua população marginalizada e perigosa.
O filme recria com detalhes a Moscou do início do século XX, com cenários, figurinos e costumes da época, no entanto a recriação histórica artificial exibe uma clara aparência de estúdio.
A trama é recheada de momentos cômicos e humor leve, principalmente nas interações de Stanislavsky com os personagens excêntricos do submundo.
A produção russa apresenta uma galeria de personagens memoráveis e cativantes, desde o ingênuo Stanislavsky até os astutos habitantes de Khitrovka. A história segue uma estrutura bastante tradicional, com poucas surpresas para o espectador, com um roteiro um tanto previsível e em alguns momentos, o humor cômico do longa pode parecer exagerado, caricato e artificial, pois se concentra mais na comédia do que na exploração de temas mais profundos.
O filme também resgata o preconceito de classe, gênero e raça que talvez passasse despercebido 50 anos atrás, mas que certamente não soa aceitável atualmente.
O empreendimento custou o equivalente a R$ 10,7 milhões, que se traduzem em dezenas de cenários teatrais, centenas de figurantes, além de perseguições e cenas estranhas de luta. Além disso, adapta uma investigação criada por Arthur Conan Doyle, o idealizador de Sherlock Holmes, em versão adaptada à Rússia da virada do século XX.
Em resumo, No Submundo de Moscou é um filme água com açúcar de aspecto lúdico, que apesar do tema maduro, muitas vezes evoca ao cinema infantil. Ideal para quem procura um entretenimento sem compromisso, mesmo que o roteiro seja um pouco trivial.
