Já vou adiantando que o lançamento de terror da semana, “O Convento”, é tudo menos um terror. A estética do filme é impecável, os ângulos de câmera estão magníficos, juntamente com as vestimentas, maquiagem, cenários… posso ir longe falando sobre isso! Depois também tem a temática religiosa, envolvendo rituais, superstições, maldições, demônios, freiras, padres, relíquias… que fórmula de sucesso! Mas como eu e você, amantes de um bom filme de terror sabemos, não basta ter ingredientes geniais, tem que ter uma história, um roteiro bem feitinho. E olha que clichês são tolerados nesta hora, nós perdoamos em nome do Santo Clichê de Antióquia.
Mas sinto informar, caro leitor, que este filme nem sabe quem é, está vivendo uma crise existencial! Ele pensa que é tudo, menos um filme de terror. E talvez isso ajude você a ver o filme com outros olhos, e até aceitá-lo melhor, perdoá-lo em nome de tudo que for mais sagrado para o terror. Considere-o um drama, poxa, sim, cola! Que tal chamá-lo de policial? E filme religioso, gente! Vamos ligar pro Vaticano e pedir pra eles, inclusive, pedirem pro Papa recomendar o filme. Tem muita gente rezando nele, vai que a moda pega?
Mas vou parar de me lamentar, e repassar a palavra de “O Convento”, pois você poe querer se converter, e eu não posso fazer nada para impedi-lo. No filme, Grace (Jena Malone) descobre que seu irmão, Padre Miguel (Steffan Cennydd), morreu em circunstâncias obscuras em um convento que trabalhava. Ela corre dar uma investigada, e descobre coisas estranhas (e quando falo estranhas, caro leitor, entenda que são muito estranhas, porque não fazem sentido mesmo). E entre visões de um passado remoto, e outras visões que estão por vir, ou não, e freiras, padres, investigadores, circunstâncias estranhas, mais circunstâncias estranhas, o filme vai rolando. Até um final que… bom, que é igual ao filme, um bleh.
Gente, e a profundidade dos personagens? Rasa, tão rasa quanto o roteiro preguiçoso do filme. E quando fico pensando para onde o roteiro poderia ter ido com a ideia… sim, porque a ideia é brilhante! Quero esse filme refeito de outra forma, porque a ideia é boa!
Fui dar uma investigada no diretor do filme, Christopher Smith, que já fez outros terrores, como “Triângulo do Medo”, “Mutilados”, “Morte Negra” e “Plataforma do Medo”. Nunca ouvi falar nem vi nenhum deles, e depois de “O Convento”, morri de preguiça de ver qualquer outra coisa do diretor.
Bom, por hora é isso. Não recomendo o filme, sinto informar. Mas, como sempre, opinião é algo bem particular, e essa é a minha. E tenho dito 😀