O Novato

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"O Novato" retrata as dificuldades de ser o novo aluno de uma escola

O Novato poderia ser um grande clichê ambulante, mas a estreia de Rudi Rosenberg (que atuou em O Tango de Rashevski) na direção consegue trazer diversos pequenos momentos encantadores e foge desses clichês, na medida do possível.

No filme, Benoit (Réphaël Ghrenassia) tem 14 anos e acabou de se mudar para a cidade de Paris. No novo colégio, as coisas começam mal quando ele passa a sofrer bullying por um grupo de populares arrogantes. Determinado, ele decide organizar uma festa, mas apenas três estudantes nerds do colégio aparecem. E se eles formassem a melhor gangue de todas?

O filme se assemelha aos demais filmes adolescentes que se passam em escolas. Ele acompanha um grupo de adolescentes “normais” que fazem bullying com o recém-chegado e enquanto isso nos envolvemos com suas tentativas de se enturmar com eles. Além disso, vai mostrando uma série de professores ineficazes e pais invisíveis que fazem parte desta temática pré-adolescente.

O grande trunfo de Novato é o uso de atores talentosos para retratar os estereótipos que eles representam, tornando assim a experiência ainda mais agradável na medida que eles delineiam suas personalidades em tela com muita facilidade.

Benoit, o novato do título, tem um sorriso brilhante e parece ser o tipo de garoto que naturalmente terá facilidade em fazer amigos em sua nova escola, mas, claro, iniciantes nunca são recebidos facilmente, aqui ou na França. Ele prefere dirigir sua atenção para outra novata, Johanna (Johanna Lindstedt), recém-chegada da Suécia e tentando se integrar no ambiente francês.

Rosenberg parece ignorar que a própria Johanna é um clichê ambulante: uma garota linda da Suécia? Talvez se ela viesse de algum país “problema”, poderia ter tido um conflito interessante, mas em vez disso, ele escolhe a nação da fantasia de todos os rapazes.

Como nos demais filmes do gênero, os pais do protagonista parecem nem existir e os professores não têm ideia de tudo o que acontece abaixo do seu nariz em sala de aula. Encontrar originalidade é um desafio, embora a forma como Rosenberg manipula as cargas dramáticas e constrói a personalidade de seus protagonistas de forma tão palpável quase nos faça esquecer das situações batidas.
O Novato se mostra uma experiência interessante. Sem originalidade, mas ainda assim indolor.

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