O Poder de Diane

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“O Poder de Diane” é divertido e impetuoso como sua protagonista

Os filmes de gênero só tem dois caminhos a seguir, ou incorporar mesmo a cartilha ou desconstruir completamente qualquer paradigma. E é o segundo caminho que o diretor estreante Fabien Gorgeart toma em O Poder de Diane. Uma comédia romântica que tinha tudo para ser previsível do que temos de repertório, mas acaba nos apresentando uma mulher rebelde e inconsequente que vive o momento e não tá nem aí pra ninguém.

Num mundo de homens frios e medrosos, a personagem brilhantemente interpretada por Clotilde Hesme é independente, forte e ao mesmo tempo aceita ser a barriga de aluguel de seus dois melhores amigos Thomas e Jacques, mas nesse processo ela não entende muito bem qual consequência isso vai ter na sua vida, é então que nesse cenário nada favorável ela se apaixona por Fabrizio.

O engraçado é que ao mesmo tempo que a personagem tem uma espontaneidade rústica, ela capaz de gerar uma vida que vai mudar completamente a realidade de seus amigos, que tanto buscam por uma realização dessas, o que às vezes se mostra injusto na tela.

As dinâmicas dos dois casais funcionam com uma naturalidade de dar inveja a qualquer um, até nos conflitos. É a vontade de ser uma família versus Diane, que num outro espectro de trama seria a grávida emotiva e carente. A direção ainda capricha ao alinhar muito bem o cuidado do roteiro em criar belos momentos de empatia, emoção, raiva e carinho entre os personagens. As cócegas, o jogo de corpo e a posição da câmera em alguns frames, por mais básica que seja, dá o tom do filme.

Diane tem o poder que muitos gostariam de ter e adiciona dilemas inesperados sem vergonha ou pudor em falar sobre qualquer assunto. É algo diferente dentro dos selecionados do festival, uma bela aposta para quem quer ver um filme profundo, mas se divertir ao mesmo tempo.

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